Itaúsa pode ampliar investimento em portfólio atual a partir de 2027, diz presidente

Publicado 12.08.2025, 12:59
Atualizado 12.08.2025, 13:00
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) - A Itaúsa (BVMF:ITSA4) está vendo mais possibilidade de ampliar participação em empresas de seu atual portfólio nos próximos dois anos, embora também siga analisando novos setores, como a cadeia do agronegócio, onde não tem exposição atualmente, disse o presidente-executivo da companhia, Alfredo Setubal, nesta terça-feira.

"Estamos bastante satisfeitos com nosso portfólio", disse Setubal em conferência com analistas e investidores nesta terça-feira após a publicação dos resultados de segundo trimestre da holding que controla o Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) e tem participações em uma série de companhias, como Motiva e Aegea.

"Neste momento tem mais possibilidade de aumentarmos investimentos nos negócios que já temos", acrescentou o executivo, citando 2027 como um prazo possível, pois será o ano em que passarão a valer mudanças tributárias que vão reduzir ineficiências tributárias da Itaúsa, com fim de incidência de PIS/Cofins sobre juros sobre capital próprio.

Como em trimestres passados, Setubal citou que a Itaúsa gostaria de investir na cadeia do agronegócio, que movimenta 25% do PIB, mas onde a holding não tem presença direta. Para isso, ponderou, precisa de retorno na faixa dos 20% por causa do atual nível de juros da economia.

Além disso, o investimento não pode "trazer para nossos resultados tanta volatilidade dos preços de commodities", disse o executivo.

No atual ambiente de juros, a Itaúsa vai manter estratégia de alongamento de dívida, de olho em esticar os vencimentos para a década de 2030, disse Setubal, acrescentando que não vê necessidade para a holding fazer amortizações diante da proximidade das mudanças tributárias de 2027.

As ações da holding exibiam alta de 1,65% às 12h34, cotadas a R$11,10, enquanto o Ibovespa mostrava ganho de 1,8%.

Setubal comentou que o conselho de administração da Itaúsa vai discutir "mais para o final do ano" eventual bonificação aos acionistas, mas isso depende de votações no Congresso neste semestre que podem impactar a política de incorporação de reservas de lucro.

Questionado sobre empresas específicas do portfólio da Itaúsa, Setubal afirmou que a holding não pretende desinvestir da distribuidora de gás de cozinha Copa Energia, apesar do anúncio da Petrobras (BVMF:PETR4) de que pretende retornar ao setor.

"Pode ter algum impacto na rentabilidade das empresas... Um ’player’ relevante como a Petrobras pode dar alguma mexida na forma como o mercado vem operando na distribuição de GLP", disse Setubal. "Não está nos nossos cenários desinvestir na Copa, mesmo com eventual queda da rentabilidade. A Copa é uma forma de entrarmos no mercado em outras energias. É investimento bastante importante", disse Setubal.

Já sobre a empresa de saneamento Aegea, Setubal afirmou que a companhia "possivelmente fará um IPO em algum momento" quando a janela para ofertas iniciais de ações reabrir. "A empresa está se preparando de forma acelerada para quando houver oportunidade, desde que o ’valuation’ seja adequado para as expectativas da companhia", afirmou.

Ainda sobre o portfólio, Setubal disse que o Itaú Unibanco tem "espaço muito grande" para melhoria de eficiência e que banco tem trabalhado para migrar seus softwares para ambiente de computação em nuvem e para integrar ferramentas de inteligência artificial tanto internamente quanto para atendimento dos clientes. "Vamos fechar 2026 num nível muito alto", disse o executivo sobre a estratégia de migração para nuvem.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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