Por Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - O JPMorgan (NYSE:JPM) (BVMF:JPMC34) quer continuar crescendo na América Latina, prevendo uma melhor perspectiva para a região, disse Alfonso Eyzaguirre, diretor executivo do banco para a América Latina e Canadá.
Recentes guinadas à esquerda em eleições na região e a volatilidade de curto prazo não afetam a perspectiva de longo prazo, disse Eyzaguirre em entrevista à Reuters.
O executivo do banco norte-americano acredita que a região se beneficiará das mudanças geopolíticas.
"Um exemplo é o crescimento do investimento estrangeiro direto por conta de 'nearshoring', a transferência de atividades de manufatura da China para enfrentar problemas na cadeia de suprimentos que surgiram durante a pandemia", afirmou ele. O México é um dos países mais beneficiados pela tendência.
Os fluxos financeiros para a região cresceram após o ataque da Rússia à Ucrânia e diante da maior tensão entre os Estados Unidos e China.
Eyzaguirre afirmou que a América Latina também deve receber uma grande parte do investimento privado ligado ao enfrentamento das mudanças climáticas.
O JPMorgan vem aumentando o número de funcionários na América Latina, com a expansão de serviços oferecidos aos clientes corporativos. O banco deve fechar o ano com cerca de 6.200 funcionários, acima dos 4.750 em 2020, e criou um centro de desenvolvimento de soluções tecnológicas na Argentina que atende a instituição globalmente.
O Brasil e o Reino Unido são os únicos países além dos Estados Unidos onde o JPMorgan opera no varejo bancário.
No Reino Unido, controla o banco digital Chase UK e, no Brasil, comprou uma participação minoritária de 40% no C6 Bank, fundado pelo ex-sócio do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) Marcelo Kalim.
"Escolhemos o Brasil para esse investimento devido ao tamanho da população, alta digitalização e uso de internet pelos clientes e regulação do Banco Central já adaptada às fintech", disse Eyzaguirre.
O C6 Bank atingiu 21,3 milhões de clientes no mês passado.