(Reuters) - O JPMorgan (NYSE:JPM) aumentou sua previsão de taxa de inadimplência corporativa para todos os mercados emergentes de 5,5% para 6% nesta segunda-feira, citando em particular o risco crescente entre as empresas latino-americanas à medida que o acesso aos mercados de crédito se torna mais difícil.
A taxa de inadimplência prevista pelo banco para corporações latino-americanas, por sua vez, ficou ainda mais alta, em 6,6%, acima dos 5%, o que, se concretizado, será a maior taxa de inadimplência para a região desde 2016.
Analistas do banco destacaram os desafios enfrentados pelos emissores latino-americanos, incluindo uma série de potenciais candidatos à inadimplência no Brasil.
"Embora já tenhamos observado quatro casos de inadimplência e trocas em situação de dificuldades no Brasil, mais são esperados este ano", escreveram analistas do JPMorgan em nota.
A previsão da taxa de inadimplência do JPMorgan fornece uma estimativa para a porcentagem de empréstimos corporativos de alto rendimento que provavelmente deixarão de fazer os pagamentos programados este ano.
O risco de inadimplência revisado para cima segue uma série de falhas de crédito de destaque em toda a região nos últimos meses, incluindo a varejista brasileira Americanas (BVMF:AMER3), que entrou com pedido de recuperação judicial, e a instituição financeira não bancária Mexarrend, que deixou de fazer os pagamentos devidos em dívidas locais e títulos em dólar em janeiro.
Incidentes como esses têm dificultado o acesso ao crédito na região, observou o JPMorgan.
As previsões do banco para os mercados emergentes asiáticos permaneceram inalteradas em uma taxa de inadimplência de 4,1%.
(Reportagem de Isabel Woodford)