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Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira, em linha com a baixa volatilidade nos rendimentos dos Treasuries, mostrando pouca reação a uma agenda doméstica carregada de indicadores e falas de autoridades econômicas.
No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 13,96%, ante o ajuste de 13,98% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,28%, ante o ajuste de 13,3%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,61%, ante 13,587% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,805%, ante 13,768%.
A agenda nesta sessão incluiu falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a divulgação de uma série de dados econômicos.
Em comentários durante um evento em São Paulo, Galípolo disse que a convergência da inflação à meta de 3% está ocorrendo de maneira lenta, ressaltando que a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, deve permanecer por período prolongado nesse patamar.
Já Haddad, em entrevista concedida ao UOL pela manhã, afirmou que a elite brasileira tem problemas com agendas progressistas e que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, colocado como possível candidato da direita à Presidência em 2026, é contra a taxação de super-ricos.
Na frente de dados, o destaque ficou por conta do relatório do Caged, que mostrou que o Brasil abriu 129.775 vagas formais de trabalho em julho, em resultado abaixo do esperado em pesquisa da Reuters e o pior para o mês em cinco anos.
As falas das autoridades e os dados não foram suficientes para impulsionar as taxas de juros futuras para qualquer direção, com os agentes financeiros optando pela cautela.
O movimento estreito das taxas dos DIs ocorreu na esteira da baixa volatilidade no mercado de juros dos Estados Unidos. O rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 2 pontos-base, a 4,238%.
No cenário externo, as atenções continuaram voltadas à pressão que o presidente dos EUA, Donald Trump, vem exercendo sobre o Federal Reserve, em meio à sua tentativa recente de demitir a diretora Lisa Cook, gerando temores pela independência da instituição --ainda que o dia não tenha trazido novidades nessa frente.
"O mercado de juros norte-americano reage à tentativa do presidente Donald Trump de demitir a diretora do Federal Reserve, Lisa Cook. A iniciativa de Trump é amplamente interpretada como interferência na condução da política monetária", disseram analistas do Banco Pine em relatório.
Trump também pressiona as autoridades do banco central a realizarem cortes imediatos na taxa de juros e já ameaçou demitir o chair Jerome Powell.