Os juros futuros encerraram a sessão desta segunda-feira em alta forte, seguindo a pressão global na renda fixa neste começo de semana. No pior momento da sessão, os vencimentos mais longos de Depósito Interfinanceiro chegaram a saltar mais de 20 pontos-base.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiu de 12,582% a 12,680%. O janeiro 2025 avançou de 12,031% a 12,165%. E o janeiro 2027 saltou de 11,83% a 11,985%.
Mais sensível à política monetária local, que já está no fim de seu ciclo de ajuste, o janeiro 2023 passou de 13,038% a 13,080%.
Em relatório enviado a clientes na tarde desta segunda-feira, o Barclays (LON:BARC) espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa Selic em 1,0 ponto porcentual, a 12,75%, na decisão desta semana e deixe a porta aberta para um novo ajuste em junho, "se necessário".
A inflação pressionada e a piora das expectativas do mercado devem levar o Banco Central (BC) a adotar uma comunicação mais aberta para o próximo encontro, na avaliação do economista para Brasil do banco, Roberto Secemski.
Todo esse comportamento do DI esteve atrelado à escala dos juros globais, com o retorno da T-note de 10 anos e do T-bond de 30 anos superando a marca psicológica dos 3%. Horas antes do Copom, na próxima quarta-feira, o Federal Reserve anuncia sua decisão de política monetária nos Estados Unidos. O consenso do mercado é de uma elevação de 50 pontos-base do Fed Fund, mas é esperada uma comunicação dura por parte do presidente do BC americano, Jerome Powell, para mostrar o compromisso para debelar a inflação.
Aqui no Brasil, a aposta em mais 100 pontos-base da Selic é unânime.
Antes da decisão sobre os juros, o mercado conhecerá amanhã cedo os dados da produção industrial brasileira em março, para o qual o consenso aponta para uma desaceleração dos 0,7% de crescimento em fevereiro para 0,2% (pesquisa do Projeções Broadcast, com intervalo de -1,2% a 1,1%).
Nesta segunda-feira, o índice de atividade econômica do BC (IBC-Br) apontou para uma perda de tração da economia no segundo mês do ano, com alta de 0,34% na margem (menor que a mediana de 0,40%).