SÃO PAULO (Reuters) - A Kroton Educacional (SA:KROT3) disse nesta terça-feira que segue as regras estabelecidas pelo governo para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), refutando informações da versão online da coluna Radar, da revista Veja, sobre implicações para a companhia na eventual instalação de uma CPI sobre o programa de empréstimo estudantil.
"A Kroton destaca que segue rigidamente e com total
lisura as regras estabelecidas pelo Ministério da Educação, seguindo as leis e adotando sempre de forma transparente as melhores práticas na oferta e gerenciamento do programa", disse a empresa em comunicado.
"Nesse sentido, dentro do contexto das diferentes ações de fiscalização, controle e acompanhamento que são realizados de forma rotineira pelo Ministério da Educação em todas as instituições educacionais incluindo visitas in-loco e auditorias, a Kroton sempre atendeu integralmente aos requisitos exigidos", acrescentou a companhia.
As ações da Kroton operam em forte queda desde o início do pregão desta terça-feira, reagindo à notícia de possível instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Fies. Às 14h50, a queda era de 10,36 por cento. A rival Estácio Participações (SA:ESTC3) também era impactada, com baixa de quase 5 por cento.
A coluna Radar afirmou que uma CPI traria implicações para a Kroton "do mineiro Walfrido Mares Guia", que "ultimamente empresta jatos executivos para o transporte do ex-presidente" Luiz Inácio Lula da Silva.
A Kroton disse que Mares Guia é acionista minoritário da empresa e membro do Conselho de Administração do grupo, sem posição de controle, acrescentando que não possui avião próprio e não é responsável pelo uso de aeronaves particulares nem outros bens de acionistas e membros do Conselho.
Comentando a notícia, o BTG Pactual (SA:BBTG11) ponderou que ainda é muito cedo para saber se a história vai se desenrolar, "mas certamente é mais ruído para o setor" educacional, que já vem sendo afetado desde o fim de 2014 por mudanças nas regras e redução do orçamento do Fies.
"Além disso, traz uma pressão extra para o processo de distribuição de vagas (do Fies) dos próximos ciclos", afirmou a equipe do BTG em nota a clientes.
(Por Priscila Jordão; Reportagem adicional de Paula Arend Laier)