Investing.com – As ações da Light (BVMF:LIGT3) despencavam nesta quarta-feira, 29, após a companhia a de energia do Rio de Janeiro finalizar o ano passado com um prejuízo de R$5,6 bilhões, contra lucro de R$ 398 milhões em 2021. Ainda hoje, a Light anunciou que resgatou de forma antecipada debêntures no valor total de R$ 175,46 milhões.
Às 13h14 (de Brasília), os papéis caíam 17,60%, a R$1,92.
No acumulado, o resultado líquido recorrente ficou negativo em R$492,8 milhões em 2022 , revertendo indicador positivo em R$397,9 milhões em 2021. Em 2022, as perdas totais sobre a carga fio apresentaram queda de 0,22 pontos percentuais, mas ainda estão em 27,07%.
Na visão do Itaú BBA, a companhia reportou resultados fracos, afetados por diversos efeitos não recorrentes, diante de desafios na rolagem de dívida para manter liquidez.
O EBITDA reportado em 2022 foi negativo em R$ 1,179 bilhão. “A empresa não divulgou seus números trimestrais, e parece que houve alguns ajustes contábeis que impossibilitaram a comparação com os nossos números de previsão”, detalham os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Matheus Botelho Marques.
Entre os efeitos não caixa, os analistas elencam maiores provisões para devedores duvidosos e contingências, além da baixa de crédito de PIS/COFINS.
“As perdas de energia atingiram 26,51% no 4T22, de 25,98% no 3T22, muito acima do nível regulatório de 21,53%. A inadimplência recorrente aumentou para 3,6% da receita bruta, também muito acima do nível regulatório e dos trimestres anteriores”, completam os analistas.
Entre as medidas listadas pela Light para garantir a continuidade da prestação de serviços, estão a negociação da postergação do pagamento da amortização da dívida, uma eventual capitalização, diminuição do capex e uma possível suspensão do repasse do crédito tributário de PIS/COFINS às tarifas dos consumidores em juízo.
Com isso, o Itaú BBA possui classificação Underperform para as ações, com preço-alvo de R$9,80.