SÃO PAULO (Reuters) - A Locamerica-Unidas, segundo maior grupo de aluguel de veículos do Brasil, anunciou nesta quarta-feira o relançamento de suas operações no país sob marca única e com entrada no segmento de assinatura de uso de carros, já explorado por rivais.
O relançamento da empresa ocorre com a ampliação dos investimentos em marketing de 12 milhões para 30 milhões a 40 milhões de reais por ano, disse Luis Fernando Porto, presidente-executivo da companhia, que a partir do relançamento passou a se chamar apenas Unidas.
"Nossa expectativa é muito positiva, o mercado vai crescer mais de dois dígitos de novo este ano, apesar do cenário incerto e a economia sinalizando um cenário macrodifícil", disse Porto. Ele citou mudanças nas preferências dos consumidores em direção ao consumo de veículos como serviço, e a própria desvalorização do real, que favorece viagens dentro do Brasil, algo mencionado pela rival Movida (SA:MOVI3) na semana passada.
É no contexto desta mudança, que também tem sido favorecida pela expansão de empresas de aplicativos de transporte como Uber, 99 e Cabify, que a Unidas anunciou o produto de assinatura de veículos, que pode representar 2 a 4 por cento do faturamento do grupo nos próximos quatro anos, disse Porto.
Em 2017, o mercado de locação de veículos do Brasil cresceu 12,5 por cento e este ano "será mais de 10 por cento", disse o executivo.
Além dos recursos em marketing, a empresa vai investir 10 milhões de reais em revitalização de lojas, disse Porto. A Unidas tem 218 lojas de aluguel de carros e 81 de venda de seminovos em 153 cidades do país.
A Locamerica (SA:LCAM3) concluiu em março a compra da Unidas, anunciada em dezembro passado, uma operação em dinheiro e ações que marcou a saída das empresas de investimento Vinci Partners, Kinea e Gavea do capital da Unidas. A norte-americana Enterprise ficou com 10,75 por cento da empresa.
Passada a fase de planejamento da empresa combinada, Porto disse que agora o grupo volta para a rota de expansão, prevendo abertura de 5 a 10 lojas de venda de seminovos neste ano e também em 2019. A empresa também pretende ampliar sua frota para 2019, disse Porto, sem estimar volumes. Segundo ele, a Unidas vai iniciar negociações com montadoras de veículos em outubro e deve fechar a encomenda até o final do ano.
No fim do primeiro semestre, a Unidas tinha uma frota de 108,3 mil veículos, dos quais cerca de 70 mil na área de gestão de frotas e 35 mil na divisão de aluguel. A líder do setor Localiza (SA:RENT3) fechou junho com 208,5 mil carros na frota.
Para o presidente da Unidas, a atual desvalorização do real, se mantida, deve contribuir para elevar o preço dos carros nos próximos meses, o que tende a favorecer o mercado de seminovos, que costuma acompanhar a trajetória de preços dos novos. No primeiro semestre, os preços dos seminovos vendidos pela companhia caíram 2,8 por cento sobre um ano antes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)