SÃO PAULO (Reuters) - A Cielo (SA:CIEL3) obteve lucro maior no terceiro trimestre, uma vez que a combinação de controle de custos e melhores resultados financeiros compensaram os efeitos da desaceleração nas operações com cartões de crédito e de débito.
A maior operadora de meios eletrônicos de pagamento do país anunciou nesta terça-feira que seu lucro líquido de julho a setembro somou 1,05 bilhão de reais, alta de 14,5 por cento ante mesma etapa de 2015.
Isso mesmo com o volume financeiro de pagamentos feitos por meio de terminais de pagamentos da Cielo somando 143,5 bilhões de reais, alta de 4,5 por cento sobre um ano antes. No segundo trimestre, o crescimento anual tinha sido de 9,8 por cento. De julho a setembro, o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês), foi de 1,38 bilhão de reais no período, alta de 1,5 por cento sobre um ano antes. E margem Ebitda caiu 1,6 ponto percentual ano a ano, para 45,1 por cento.
A desaceleração no volume financeiro reflete a queda das vendas no comércio, com o país no segundo ano de recessão. Segundo o IBGE, as vendas no varejo brasileiro caíram 5,5 por cento em agosto sobre um ano antes.
O balanço mostrou também um esforço da Cielo para limpar sua base, desativando pontos de venda com baixa ou nenhuma atividade. No fim de setembro, o total de pontos de venda ativos da Cielo era de 1,7 milhão de unidades, queda de 2 por cento em 12 meses. A base de POS --as maquininhas de pagamentos-- teve redução de 3,8 por cento em relação a um ano antes.
A companhia, no entanto, conseguiu compensar o desempenho menos vigoroso em seu negócio principal com melhores resultados financeiros. O resultado financeiro de 370,6 milhões de reais no trimestre foi 43,5 por cento maior do que um ano antes, refletindo mais receitas com aplicações, menos despesas nessa linha e mais ganhos com antecipação de recebíveis e lojistas.
As antecipações de recebíveis, líquidos do custo de captação com terceiros e dos tributos, cresceram 5,4 por cento, para 603,6 milhões no trimestre, refletindo parcialmente o aumento de spread, diante de maiores volumes de aquisições de pequenos varejistas, que pagam taxas de juros maiores.
Por fim, a empresa, que no mês passado anunciou Eduardo Gouveia como novo presidente-executivo no lugar de Rômulo Dias, que renunciou, conseguiu limitar a 4 por cento a expansão dos custos dos serviços prestados sobre um ano antes, para 1,5 bilhão de reais.
(Por Aluísio Alves)