O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) registrou lucro líquido gerencial de R$ 8,742 bilhões no segundo trimestre deste ano, de acordo com balanço divulgado na noite desta segunda-feira, 7. O resultado correspondeu a um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2022. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o avanço foi de 3,6%. Ainda pelo balanço, o ganho consolidado no primeiro semestre alcançou R$ 17,177 bilhões, uma alta de 14,2% em um ano.
Os números do Itaú indicam crescimento do lucro num cenário de maior controle dos indicadores de inadimplência do que seus principais concorrentes no mercado privado. O lucro de Bradesco (BVMF:BBDC4) e Santander recuou 35,8% e 43,5%, respectivamente, no segundo trimestre deste ano.
Maior banco da América Latina, o Itaú tem clientes com renda média mais elevada, o que reduziu o impacto da alta dos juros sobre a qualidade dos ativos. Esse efeito voltou a aparecer no balanço divulgado ontem.
Diante desse efeito, o banco tem liberado novos créditos em ritmo mais acelerado do que os pares. No segundo trimestre, a carteira de crédito do Itaú cresceu 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 1,151 trilhão, puxada pelas operações com pessoas físicas. A inadimplência acima de 90 dias subiu 0,3 ponto porcentual no mesmo período, para 3,0%.
As despesas do Itaú Unibanco com a chamada provisão para devedores duvidosos foram de R$ 9,609 bilhões no trimestre, alta de 23% em um ano, enquanto a recuperação de créditos foi de R$ 993 milhões, 38,6% a mais em um ano. Com as provisões realizadas no trimestre, o saldo total para esse tipo de rubrica chegou a R$ 57,334 bilhões, alta de 11,6% em um ano.
Já as receitas com prestação de serviços e tarifas somaram R$ 10,363 bilhões no segundo trimestre, com baixa de 1,3% em relação ao segundo trimestre de 2022 e alta de 0,2% ante os três primeiros meses deste ano. Segundo o banco, os menores ganhos com conta corrente pesaram sobre o resultado no comparativo anual.
Consolidado
Com o resultado anunciado ontem pelo Itaú, os três maiores bancos privados do País acumularam lucro de R$ 15,569 bilhões no segundo trimestre do ano, o que significou uma queda de 17,2% em relação ao mesmo período de 2022. Já no consolidado do primeiro semestre, o ganho de Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil (BVMF:SANB11) caiu 4,9%, para R$ 30,374 bilhões, de acordo com dados compilados pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Enquanto o mercado financeiro avalia que a queda dos juros deve trazer um alívio aos índices de inadimplência à frente, os balanços dos três bancos mostraram que o caminho ainda é longo. Houve estabilização em alguns segmentos, mas as instituições ainda tiveram de "pagar a conta" de concessões de crédito realizadas até o ano passado. No trimestre, a entrada de créditos em atraso nos três bancos somou R$ 30,1 bilhões, volume 17,1% maior do que no mesmo período do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.