Investing.com – Melhorias nas margens estiveram entre os destaques ressaltados em relatórios de bancos após o balanço da Magazine Luiza (BVMF:MGLU3), mas analistas ainda apresentam divergências robustas a respeito da perspectiva para a ação. Às 15h55 (de Brasília), os papéis avançavam 3,03% em repercussão aos dados da varejista, cotados a R$12,92.
No segundo trimestre deste ano, o lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Magalu cresceu 62%, comparado ao mesmo período de 2023, somando R$711 milhões. A margem subiu 2,8 ponto percentual na base anual e chegou a com 7,9%. O lucro líquido ajustado atingiu R$37,4 milhões, revertendo o resultado líquido negativo apurado um ano antes.
O BB Investimentos avaliou os dados como positivos, com “relevante crescimento de vendas mesmas lojas nas estruturas físicas, aumento de margem bruta e de margem Ebitda ajustada no comparativo anual, além de reverter o prejuízo apresentado no mesmo período do ano passado, e apresentar resultado líquido positivo por mais um trimestre”.
A analista Andréa Aznar afirma que, apesar da retração nas vendas do 1P (on-line com estoque próprio), essa divisão registrou acréscimo na margem bruta – sendo um driver desse indicador de forma geral. A recomendação do BB Investimentos segue de compra, com preço-alvo para o final de 2024 em R$36,80.
O BTG (BVMF:BPAC11) destacou as melhoras nas margens e reforçou compra no papel, com preço-alvo de R$25, mas ponderou sobre as tendências de vendas diante de um cenário ainda desafiador para o comércio eletrônico.
Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima acreditam que, para os próximos trimestres, o foco da empresa deve seguir na rentabilidade. “A rentabilidade voltou a ser destaque devido às maiores receitas de serviços e à abordagem mais racional”. Para o BTG, os últimos três trimestres trouxeram sinais animadores, incluindo as melhores tendências de rentabilidade e eventuais benefícios de condições macroeconômicas mais favoráveis.
Mas nem tudo é consenso sobre a ação. A XP (BVMF:XPBR31), que possui recomendação neutra, considerou os dados como sólidos, levando em conta a recuperação no varejo físico e margens melhores, mas ressaltou que o desempenho ainda é moderado. O período teria sido marcado por “receita acelerando e rentabilidade melhor, em cima de ajustes de preços e maior penetração de serviços”.
O Bank of America (NYSE:BAC) tem visão bem mais pessimista para o papel, com indicação underperform, que equivale à venda, com preço-alvo de R$17. Para o BofA, as dúvidas a respeito da empresa continuam, ainda que a Magalu tenha obtido avanços na margem bruta, melhora operacional e registrado benefícios com créditos fiscais. “Como a Magalu se concentra na lucratividade, ela parece estar tendo um desempenho inferior ao de rivais online maiores e mais diversificados”, lamentam os analistas Robert Aguillar, Melissa Byun e Wellington Santana.
Preço-justo no InvestingPro
O InvestingPro, plataforma premium do Investing.com, estima um preço-justo de R$16,69 para as ações do Magalu, com grau de incerteza médio. O valor representa um potencial de valorização de 29,9% sobre os preços atuais. Ao todo, são 11 modelos de investimentos, que vão desde R$10,67 a R$24,31. Enquanto isso, o alvo de 12 analistas é mais otimista, precificando R$18,08.
Recomendações
BB Investimentos: Compra, com preço-alvo de R$36,80.
BofA: Underperform, equivalente à venda, com preço-alvo de R$17
BTG: Compra, com preço-alvo de R$25
XP: Neutro, com preço-alvo de R$25