Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - Cerca de US$ 143 bilhões foram alocados em caixa na semana até quarta-feira, 22, de acordo com dados apresentados pelo Bank of America (NYSE:BAC). US$2,6B e US$0,9B foram para ações e ouro, respectivamente, ao passo que as saídas de recursos dos títulos somaram US$1,2B.
As entradas foram as maiores desde março de 2020, quando os investidores reagiram freneticamente à emergente pandemia de Covid-19. Da mesma forma, as entradas em títulos nas últimas 6 semanas de US$ 29,3 bilhões foram as maiores de todos os tempos.
No que diz respeito aos fluxos de ações, o setor de tecnologia registrou a quinta semana consecutiva de entradas (US$ 0,9 bilhão), enquanto o mercado também testemunhou a maior entrada semanal para fundos de crescimento (US$ 3,5 bilhões) em 15 meses.
"Inflação deve recuar forte, petróleo em baixa, juros em baixa, PMIs se estabilizando, setor imobiliário reagindo a taxas mais baixas, muitas vagas de emprego ainda a serem preenchidas... os pessimistas não devem ser dogmáticos depois de 15 meses em bear market", comentaram os analistas do Bank of America.
Eles acreditam que o mercado acionário deve atingir novas mínimas nos próximos 3-6 meses, em razão de fatores como: histórico, posicionamento, política monetária e lucros. Em razão disso, os analistas reiteraram a visão anterior de que o S&P 500 deve se deparar com resistência caso suba para 4100-4200, devido ao sentimento baixista e inevitável pânico com a política monetária, acabando com a corrida em bancos regionais.
Com base na história, o atual bear market deveria ter se encerrado em 19 de outubro de 2022, com o S&P 500 a 3005 pontos, acrescentaram. Os analistas também defenderam que as ações de tecnologia não devem se beneficiar de uma recessão e perdas de empregos. Eles lembram aos investidores que a Nasdaq caiu >50% na recessão de ‘08/’09.
“O bear market atual está mais longo do que o normal, mas as maiores recuperações de bull markets (em média 40% em 1 ano e 54% em dois anos, após as mínimas) geralmente ocorrem após profundos declínios”.
Por fim, os analistas disseram que podemos testemunhar mais uma bolha, desta vez nos fundos de títulos de dívida de curto prazo, com ativos sob gestão de mais de US$ 5,1 trilhões. Nas últimas quatro semanas, foram injetados US$ 300 bilhões nesses fundos.
“As últimas duas altas, 2009/2020, coincidiram com grandes cortes do Fed”, concluíram os analistas do BofA.