Investing.com — Investidores reagiram bem ao balanço da Ambev (BVMF:ABEV3), que teria compensado os volumes mais fracos com margens mais robustas, com destaque para as receitas no mercado de cerveja no Brasil. Às 11h20 (de Brasília) desta terça-feira, 31, os papéis ganhavam 2,75%, a R$12,70.
A companhia apresentou lucro líquido ajustado de R$4,038 bilhões, alta anual de 25,1%. O Ebitda ajustado reportado somou R$6,0584 bilhões, acréscimo de 17,6% na mesma comparação. Enquanto isso, a receita líquida ultrapassou R$20,317 bilhões, uma diminuição de 1,3%.
“Esses resultados são explicados por uma combinação do desempenho resiliente da receita líquida, apesar da queda de 2,0% no volume, juntamente com ventos favoráveis no câmbio e nas commodities (particularmente alumínio) em nossos custos, e maior eficiência em termos de despesas de distribuição e administrativas”, informou a Ambev em release de resultados.
A XP (BVMF:XPBR31) apontou margens melhores em todos os países e volumes mistos. Com um trimestre considerado sólido, no lucro, a surpresa foi bem-vinda, elogiou a XP.
“Além disso, os ventos favoráveis nos custos decorrentes da queda nos preços das commodities levaram a Margem EBITDA ajustada a aumentar”, detalha a XP.
De acordo com os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, o mercado de cervejas brasileiro segue o destaque, principalmente com marcas premium e super premium. A Budweiser, por exemplo, disparou 20% em relação ao ano passado. Por outro lado, o momento ainda é difícil na América Latina e no Canadá.
Segundo a Guide Investimentos, a fabricante de bebidas apresentou dados mistos, sendo os que a fraqueza dos volumes foi compensada por menores custos e despesas. Conforme o analista Fernando Siqueira, os volumes totais vendidos apresentaram estabilidade na base anual, para 46.256 mil hectolitros.
“Vale destacar que na operação brasileira, apesar dos volumes menores, a receita cresceu em função do mix melhor: maior participação de marcas premium como Stella e Spaten nas vendas”, também recorda o analista.
“Apesar dos resultados decentes, as ações da Ambev vêm sofrendo nos últimos meses com riscos relacionados à reforma tributária e possível fim da JCP, temas que devem continuar pesando sobre o papel nos próximos meses”, pondera Siqueira.