Investing.com - O Ibovespa renovou sua máxima em quase dois anos após os investidores avaliarem que os juros dos EUA demorarão mais para subir. O índice iniciou o dia com perdas acompanhando a cautela do mercado internacional na expectativa da ata do banco central norte-americano, divulgada às 15h.
O Ibovespa subiu 0,8% para fechar a 59.323 pontos, maior valor desde 5 de setembro de 2014, ainda antes da eleição presidencial.
A ata mostrou que os diretores do Fed seguem preocupados em relação à economia dos EUA e aguardam mais dados de emprego e de crescimento, assim como um avanço da inflação, que, em julho, ficou estável. O mercado interpretou que os juros deverão demorar ainda mais para subir, o que valorizou os ativos de maior risco como ações e commodities. Dos dez diretores, nove, incluindo a presidente Janet Yellen, votaram a favor da manutenção da política atual e apenas um, Esther George, votou pela elevação das taxas de juros. Leia a ata, em inglês, no site do Fed.
Após a divulgação da ata, o Ibovespa consolidou o movimento de alta com a virada da Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE5) e bancos, que, pela manhã, estavam em terreno negativo.
Principais destaques do dia:
- Metalurgica Gerdau (SA:GOAU4): a ação seguiu em seu rali que já acumula ganhos de mais de 40% no mês. O papel fechou com alta de 7,69%% no maior ganho percentual do dia.
- Petrobras: após uma manhã instável, a ação renovou a máxima desde junho de 2015, fechando a R$ 12,76, alta de 2,16%. O papel acompanhou a cotação do petróleo, que fechou o dia com ganhos de 0,5% após queda surpreendente nos estoques dos EUA e a ata do Fed.
- Vale: a mineradora zerou as perdas do início do pregão e fechou o dia com alta de 0,12%, com o otimismo internacional ofuscando a queda na cotação do minério de ferro na China.
- Bancos: os papéis do setor financeiro sustentaram a alta do Ibovespa após viraram para o positivo no início da tarde. Santander (SA:SANB11) puxou as altas com 1,98%, seguido por Itausa (SA:ITSA4) (+1,61%), Itaú Unibanco (SA:ITUB4) (1,33%) e Bradesco (SA:BBDC4) (1,13%).
- Cemig (SA:CMIG4): após derrota na Aneel, a ação figurou entre as maiores perdas do dia do Ibovespa e fechou o dia com perdas de 1,68%. A empresa tentou reverter decisão da agência de recomendar a não renovação do contrato de concessão da hidrelétrica Miranda.
- Dólar: a moeda perdeu força frente ao real após a divulgação da ata do Fed, mas encerrou o dia em alta de 0,55%, negociada a R$ 3,2115. No intraday, a divisa chegou à máxima de R$ 3,23.