Por Carman Chew
CINGAPURA (Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro estenderam as perdas nesta sexta-feira, puxados para baixo por preocupações com limites de produção de aço iminentes e crescente impaciência com a falta de atualizações sobre estímulos da China.
O contrato de minério de ferro de setembro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 2,68%, a 834,5 iuanes (116,60 dólares) por tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em setembro caiu 2,34% para 107,20 dólares a tonelada.
“Os altos-fornos chineses reduziram a utilização da capacidade e as taxas operacionais em resposta a uma confluência de restrições impostas pelo governo e a chegada iminente do tufão Doksuri na costa sul da China”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities em Cingapura.
A taxa de utilização da capacidade de altos-fornos entre 247 siderúrgicas chinesas pesquisadas pela consultoria Mysteel tiveram a terceira queda semanal consecutiva, em mais 1,33 ponto percentual, para 89,82% entre 21 e 27 de julho, já que mais produtores de aço em todo o país reduziram ainda mais sua produção por solicitação das autoridades locais.
Algumas siderúrgicas chinesas receberam instruções no início desta semana para limitar a produção deste ano ao mesmo nível de 2022, informou a Reuters na terça-feira.
Refletindo a queda na demanda por aço, as principais mineradoras de minério de ferro relataram queda nos lucros esta semana.
A Vale (BVMF:VALE3) registrou uma queda de 78,2% em relação ao ano anterior em seu lucro líquido do segundo trimestre na quinta-feira, enquanto a Rio Tinto (LON:RIO) reduziu seu dividendo intermediário ao reportar seu menor lucro subjacente no primeiro semestre em três anos.
"A recuperação do minério de ferro nos últimos meses parece cada vez mais frágil, à medida que se desvanecem as esperanças para o tipo de estímulo 'big-bang' e pesado em infraestrutura que a China costumava implantar", disse o National Australia Bank em nota.
(Reportagem de Carman Chew; reportagem adicional de Amy Lv e da redação de Pequim)