Investing.com – As ações da Minerva (BVMF:BEEF3) despencavam na manhã desta terça-feira, 29, após a o acordo para compra de unidades da controlada da Marfrig (BVMF:MRFG3) Athn Foods Holdings, com foco em abate de bovinos e ovinos na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, em transação de R$7,5 bilhões. Às 10h43 (de Brasília), os papéis recuavam 13,03%, a R$9,48, maior perda do Ibovespa, que subia 0,53%, a 117.733 pontos. Enquanto isso, na outra ponta, a Marfrig liderava as altas do índice da bolsa de valores brasileira, com valorização de 11,89% nos papéis, a R$7,53.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, Goldman Sachs (NYSE:GS) avalia que parte da tese de investimento da Minerva seria apoiada pelo seu payout e espera reação negativa do mercado. “Vemos mérito estratégico na proposta de aquisição de alguns ativos da Marfrig, pois consolidaria a Minerva como um dos maiores produtores de carne bovina do mundo (4,4% de participação global), ao mesmo tempo que reforçaria sua estratégia de diversificação. Porém, estamos surpresos com a magnitude desse M&A”, aponta Thiago Bortoluci, analista do GS. O Goldman possui recomendação de compra para Minerva, com preço-alvo de R$15,80.
Também em relatório, o Santander (BVMF:SANB11) avaliou o acordo como “uma grande fusão e aquisição ganha-ganha, mas com leituras mistas de curto prazo”. De acordo com os analistas Rodrigo Almeida e Laura Hirata, para Minerva, o acordo representa “um aumento imediato na alavancagem, mas digerível no curto prazo: razoável valorização, maior exposição à melhoria do ciclo da carne bovina no Brasil, maior capacidade de exportação, mas mais concentração/menos diversificação”.
Em relação à Marfrig, o Santander enxerga um benefício de curto prazo, mas com efeito limitado na alavancagem. Os analistas consideraram o valuation como razoável, mas ponderam sobre maior concentração e menor diversificação e capacidade de exportação.
Já o Itaú BBA afirma que “estrategicamente, o acordo melhora o posicionamento de ambas as empresas nos seus respectivos nichos, uma vez que as empresas listadas de proteínas estão a seguir caminhos diferentes”.
Assim, o anúncio seria um passo em direção à consolidação da Marfrig como player de valor agregado, mantendo operações de processamento de carnes na América do Sul. A Minerva, no entendimento do Itaú BBA, priorizaria o crescimento inorgânico de longo prazo e maior consolidação entre os exportadores de carne bovina. “Na nossa opinião, estas estratégias poderão levar a um futuro melhor para ambas as empresas”, reforçam os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, do Itaú BBA.