🔺 O que fazer quando os mercados estão em níveis recordes? Ache ações baratas, como essas.Ver ações baratas

Moody's eleva nota de crédito do Brasil e país fica a um passo do grau de investimento

Publicado 01.10.2024, 17:58
Atualizado 01.10.2024, 19:30
© Reuters. Foto ilustrativa com moedas de 1 realn15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos
BR10YT=XX
-

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) -A agência de classificação de risco Moody's elevou nesta terça-feira a nota do Brasil de Ba2 para Ba1 e manteve a perspectiva positiva, afirmando que a atualização reflete melhorias materiais no crédito, que a instituição espera que continuem à frente.

A mudança da nota deixa o Brasil a um degrau do chamado grau de investimento, classificação dada a países vistos como de baixo risco de calote.

Em nota, a Moody´s destacou que o país tem tido um crescimento mais robusto do que o previsto anteriormente e um histórico crescente de reformas que têm dado resiliência ao seu perfil de crédito, ainda que a credibilidade do arcabouço fiscal seja "moderada".

"Por sua vez, um crescimento mais robusto e uma política fiscal consistentemente aderente ao arcabouço fiscal permitirão que o ônus da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos", afirmou a agência.

Segundo a Moody's, na ausência de choques, a aderência ao arcabouço permitirá que a dívida se estabilize em torno de 82% do Produto Interno Bruto (PIB) no médio prazo.

"A despeito de uma carga de dívida relativamente alta, a solidez fiscal do Brasil se beneficia de um grande mercado interno que permite ao governo emitir principalmente em moeda nacional e de ativos líquidos consideráveis ​​no valor de cerca de 15% do PIB", afirmou a agência.

A avaliação da Moody´s é que o crescimento da economia do país nos próximos anos permanecerá amplo, com a demanda interna impulsionada por um mercado de trabalho relativamente forte.

O aumento da nota do país foi anunciado pouco mais de uma semana depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terem se reunido com o presidente da Moody´s Rating, Michael West, em 23 de setembro, em Nova York. No mesmo dia, também houve um encontro de Lula com o chefe dos Serviços de Rating da agência Standard & Poor´s, Yan Le Pallec.

Haddad, em uma rápida entrevista na sede do ministério após o anúncio da Moody´s nesta terça, disse acreditar que o relatório está em linha com o que a pasta defende e que, se a área econômica do governo seguir com o trabalho que tem feito, tem grande chance de solucionar o desequilíbrio das contas públicas, que ele apontou como razão para a perda do grau de investimento em 2015.

O ministro também destacou o viés positivo da reavaliação e afirmou que retomar o grau de investimento é uma possibilidade concreta durante o mandato do presidente Lula, desde que o governo não tenha receio em tomar as medidas necessárias.

"Eu penso que, se o governo como um todo compreender que vale a pena esse esforço, que esse esforço que está sendo feito produz os melhores resultados e continuarmos sem baixar a guarda em relação às despesas, em relação às receitas, fazendo o nosso trabalho, eu acredito realmente que nós temos a chance de completar o mandato do presidente Lula reobtendo o grau de investimento", afirmou.

A Moody´s havia alterado, em maio, a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva, apontando que um crescimento robusto, combinado a um progresso gradual em direção à consolidação fiscal, poderia permitir a estabilização da dívida.

© Reuters. Foto ilustrativa com moedas de 1 real
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Em nota nesta terça, o Tesouro Nacional afirmou que a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas e de um cenário propício ao crescimento, além da solidez dos fundamentos da economia do país.

“O Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais, empreendendo esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos”, disse o Tesouro.

(Por Isabel VersianiReportagem adicional de Patrícia Vilas Boas, em São Paulo, e Victor Borges e Bernardo Caram, em BrasíliaEdição de Pedro Fonseca)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.