Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - A MRV&Co teve lucro líquido ajustado para o segmento de incorporação no primeiro trimestre deste ano, após prejuízo em 2023, impulsionado pelo avanço da margem bruta, informou o grupo imobiliário nesta quarta-feira.
A MRV (BVMF:MRVE3) Incorporação, que inclui as marcas MRV e Sensia, teve lucro líquido ajustado de 54 milhões de reais nos primeiros três meses de 2024, contra prejuízo ajustado de 65 milhões reportado um ano antes. A margem bruta avançou a 25,9%, de 20,6% no primeiro trimestre de 2023. A margem líquida ajustada subiu 4,5 pontos percentuais na mesma comparação, para 2,9%.
O resultado ajustado desconsidera impactos de equity swap e da marcação a mercado dos swaps de IPCA/CDI no resultado da companhia.
A MRV&Co já havia divulgado prévia operacional do primeiro trimestre, com vendas líquidas subindo 18,4% em incorporação na base anual, para 2,13 bilhões de reais, e lançamentos totalizando um valor geral de vendas (VGV) de 1,59 bilhão de reais, salto de 150,4% ano a ano.
No consolidado, o grupo MRV&Co teve prejuízo ajustado aos acionistas de 11 milhões de reais no trimestre, após lucro de 46 milhões na mesma etapa do ano anterior.
A geração de caixa ajustada da incorporação foi de 24,8 milhões de reais, versus consumo de 139,7 milhões um ano antes.
"Já tinha bastante tempo que a gente não tinha esse indicador para um primeiro trimestre nessa magnitude", afirmou o diretor financeiro do grupo, Ricardo Paixão, à Reuters.
A dívida líquida sobre Ebitda da construtora no Brasil neste segmento ficou em 3,2 vezes no trimestre encerrado em março, de 8,7 vezes um ano antes e 4,8 vezes no fim de dezembro.
Paixão afirmou que apesar da geração de caixa no período, o primeiro trimestre consumiu mais caixa do que o que será "o normal" para a empresa daqui para frente.
"A gente teve 100 milhões de reais no primeiro trimestre a mais do que a gente vai ter de pagamento de terrenos nos trimestres daqui para frente, isso também ajuda esperarmos uma melhora da geração de caixa."
Com relação às fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias, o executivo informou que as obras na região estão paradas, mas que as operações da MRV no Estado representam apenas 3,5% da operação total, o que não deve ter grande impacto sobre a performance financeira da companhia.
"Isso para a gente agora é totalmente secundário", disse Paixão. "Nossa grande preocupação agora é em ajudar a população e ajudar nossos funcionários que estão lá."