Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O grupo MRV&Co teve prejuízo consolidado de 71,3 milhões de reais no segundo trimestre, em resultado impactado por efeitos de operações financeiras e outros efeitos não recorrentes, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira.
Excluindo tais efeitos, o lucro líquido ajustado somou 29,35 milhões de reais no trimestre encerrado em junho, contra prejuízo de 20,3 milhões reportado um ano antes.
O segmento MRV (BVMF:MRVE3) Incorporação teve prejuízo líquido de 24,6 milhões de reais, mas em termos ajustados lucro de 76,1 milhões, revertendo resultado negativo de 31,5 milhões de um ano antes.
O resultado do grupo veio com salto de 25% na receita operacional líquida, a 2,29 bilhões de reais, com a margem bruta passando de 22,2% para 26,4%.
A empresa já havia divulgado no mês passado seus dados operacionais prévios, que mostraram expansão de 14% ano a ano nas vendas líquidas do segundo trimestre, para 2,5 bilhões de reais.
A dívida líquida sobre patrimônio líquido do segmento de incorporação, que inclui as marcas MRV e Sensia, encerrou o trimestre em 45,4%, 22,9 pontos percentuais inferior ao patamar de um ano antes, enquanto a geração de caixa ajustada do negócio foi de 7,7 milhões de reais, contra consumo de 161,5 milhões no segundo trimestre de 2023.
Excluindo ajustes ligados aos efeitos contábeis de swaps das dívidas da companhia para CDI, houve queima de caixa de 73,6 milhões de reais entre abril e junho, segundo o balanço.
GUIDANCE
A construtora também divulgou seu progresso em direção às metas da companhia para 2024, tendo alcançado a faixa inferior da previsão de margem bruta de 26% a 27% este ano.
O lucro líquido da empresa no primeiro semestre, em medida que considera ajustes, somou 130 milhões de reais - versus lucro estimado de 250 milhões a 290 milhões para o ano.
A alavancagem encerrou os primeiros seis meses de 2024 em 40,9%, contra uma expectativa de 34% a 36% até o fim do ano.
A geração de caixa acumulada até junho, de 32 milhões de reais, ainda está abaixo da expectativa de geração de 300 milhões a 400 milhões de reais.
"Pode parecer que a gente está atrás, mas não está", afirmou à Reuters o diretor financeiro do grupo, Ricardo Paixão. "(O guidance) já considerava realmente um resultado menor de caixa no primeiro semestre e uma aceleração forte no segundo."
A receita operacional líquida no semestre somou 3,9 bilhões de reais ante uma previsão para 2024 como um todo de 8 bilhões a 8,5 bilhões de reais.
O CFO disse que estar confiante sobre o cumprimento das metas estabelecidas no início do ano, mencionando um cronograma de lançamento e vendas maior no segundo semestre em relação aos primeiros seis meses do ano.