Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta segunda-feira que buscará uma negociação para a venda à Suécia de unidades do cargueiro KC-390, da Embraer (BVMF:EMBR3), no âmbito de um acordo adicional do Brasil com o país escandinavo para aquisição de caças Gripen, fabricados pela sueca Saab.
Ao lado de Lula, Múcio estará na terça-feira na cidade paulista de Gavião Peixoto, para a cerimônia que marcará o início da linha de produção do caça F39 Gripen mo país.
O Brasil tem um contrato para a aquisição de 36 caças sendo que as primeiras unidades foram produzidas fora do país. O contrato com a Saab prevê a transferência de tecnologia ao país.
"Vamos começar a fabricar o primeiro Gripen brasileiro... isso é ainda do segundo governo Lula", disse Múcio a jornalistas durante evento no Rio de Janeiro para lembrar os combatentes brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial.
A compra de um segundo lote de caças suecos está em análise no governo, uma informação que foi recentemente revelada pelo ministro à Reuters durante a Laad, feira internacional do setor de defesa que ocorreu no Rio de Janeiro.
Múcio disse que durante o evento no interior paulista terá um encontro com o ministro da Defesa da Suécia sobre a possibilidade de os europeus comprarem unidades do cargueiro fabricado pela Embraer.
"Vamos ter um encontro com o ministro da Defesa sueco que estamos discutindo a possibilidade de que, já que compramos esse know-how todo do Gripen pela Saab sueca, queremos que eles ponham os olhos no KC-390, que é algo fantástico que o mundo respeita", disse.
Múcio disse que já houve conversas com o governo sueco.
"Ele queria saber se a gente ia comprar mais aviões e eu perguntei se tinha avião nosso pra comprar. Amanhã acho que vai ser uma conversa bem mais conclusiva que as duas primeiras", disse o ministro, sem adiantar quantas unidades do KC-390 a Suécia poderia adquirir.
"É nessa cota adicional que estamos tentando negociar o KC-390", disse o ministro. "Não estamos condicionando, mas todas nossas conversas digo que nós precisamos de um gesto deles de simpatia com a indústria de defesa brasileira."