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ESG: 'Não financiaremos empresas de carne que desmatarem', diz presidente do Itaú

Publicado 12.08.2020, 09:04
Atualizado 12.08.2020, 13:01
© Reuters.  'Não financiaremos empresas de carne que desmatarem'

Uma das prioridades da ação conjunta dos três principais bancos privados brasileiros - Itaú (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4) e Santander (SA:SANB11) - na questão ambiental é evitar que atividades econômicas agrícolas contribuam para o desmatamento da Amazônia. Um dos alvos iniciais do trabalho das instituições é rastrear a indústria da carne, disse ontem Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, durante a série de entrevistas ao vivo Retomada Verde, do Estadão.

Para o banqueiro, além de se endereçar a questão da exploração inadequada da floresta, é necessário discutir a regularização fundiária, com planos de incentivo para os proprietários de terra que mantêm as árvores em pé. "Vamos montar um plano para desestimular o consumo de gado criado em área ilegal", disse. "Não vamos financiar essa cadeia, se (as empresas) estiverem nessas condições."

Bracher avalia que há uma ausência de políticas públicas em relação à Amazônia. "Claramente, a política ambiental do governo no que se refere à Amazônia não está funcionando. Nós precisamos ajudar, e o governo tem de agir com eficiência maior", afirmou ele.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Itaú, Bradesco e Santander se uniram para discutir um plano de desenvolvimento sustentável para Amazônia. Como está a interlocução com o governo?

Essa pandemia mostrou aos bancos o potencial da ação conjunta para o bem (geral). A questão ambiental preocupa os três bancos. Estamos todos expostos às pressões internacionais, pois conversamos com os investidores estrangeiros e sentimos as preocupações do mundo. Então, nos ocorreu de unir esforços pela preservação da Amazônia. Ao governo, nos limitamos a contar o que estamos fazendo para entender como nossa contribuição pode ser mais efetiva.

Os bancos já definiram quais serão as suas prioridades dentro desse projeto?

Estamos trabalhando há um mês e elencamos dez programas vinculados à Amazônia. Em reunião, na segunda-feira, decidimos focar em quatro dessas iniciativas. A principal é em relação à indústria de carne. Queremos garantir que a indústria não se abasteça de carne de rebanhos criados em área desmatada. Faremos isso através de rastreamentos. Não vamos financiar (as empresas) dessa cadeia que estiverem nessas condições. Vamos montar um plano para desestimular o consumo de gado criado em área ilegal. Outro ponto é a regularização fundiária, que é um problema gravíssimo na região. Vamos trabalhar pela regularização, dando apoio às discussões no Congresso em relação ao tema. A terceira e quarta frentes são estimular culturas sustentáveis na Amazônia, como cacau e açaí. Vamos ter linhas especiais para financiamento e estímulo, assim como para a bioeconomia.

O Itaú faz um 'filtro ambiental' das empresas nas quais investe?

O banco já faz isso desde o início do ano 2000. Temos um filtro ambiental nas nossas avaliações de crédito. Mas isso não é feito com caráter punitivo, e sim de orientação. O fato é: ser socioambientalmente ineficiente também é ineficiente economicamente. Você pode ganhar dinheiro no curtíssimo prazo, mas é péssimo para a sustentabilidade dos negócios. Então, procuramos mostrar isso às empresas e desestimulamos as práticas com a não concessão de financiamentos. É uma prática que ocorrerá cada vez mais. Adianta o setor privado se organizar se o governo, que é responsável pelas políticas públicas, não fizer a parte dele? O governo tem algumas responsabilidades em que é insubstituível, como o monopólio do uso da coerção policial. Só o governo pode punir, em suas diversas esferas, os infratores. Nós podemos desestimular, não concedendo financiamentos, mas colocar na cadeia quem desmatou é função do governo. Acho que proteger uma floresta é uma questão cultural. Sem as medidas coercitivas policiais, a tarefa fica praticamente impossível. A medição do desmatamento também é um ponto importante, que é feito pelo Inpe. É fundamental uma articulação construtiva entre governo e sociedade civil.

É possível dar uma guinada no meio ambiente com a permanência do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no cargo?

Acho delicado opinar sobre pessoas. Posso falar sobre a política do governo. Acho que, nesse sentido, a falta de resultados fala por si. Nós estamos vendo um aumento do desmatamento. É uma situação muito preocupante. Claramente, a política ambiental do governo no que se refere à questão da Amazônia não está funcionando. Nós precisamos ajudar e o governo tem de agir com eficiência maior.

A sustentabilidade não está ligada somente à área ambiental. Como os bancos estão encarando os critérios ambiental, socioeconômico e governamental (ESG) no setor privado?

Na questão da Amazônia, estamos definindo a governança. Montamos um conselho de especialistas, que terá sete membros e se reunirá trimestralmente com os presidentes dos bancos. Esse conselho será ouvido sobre todos os programas que faremos na região. Nós, do Itaú Unibanco, tivemos uma boa experiência no programa Todos pela Saúde. Queremos que nossas ações ambientais tenham transparência.

Se a gente não mudar a imagem do Brasil, o prejuízo para o País pode ser grave?

Sem dúvida. Mas me sinto constrangido de ter de usar esse argumento de proteger a Amazônia por causa dos investidores estrangeiros. Temos de proteger a Amazônia porque somos habitantes do Brasil e do planeta. Precisamos definir urgentemente qual é o estímulo que conseguimos dar para manter as florestas em pé. Como vai ser a recompensa aos donos de terra que não desmatam? Se isso for bem controlado, tenho certeza de que haverá contribuição internacional nesse sentido. Mas, antes, cabe a nós iniciarmos o ciclo virtuoso. No momento, estamos no círculo vicioso. Estamos dando a impressão de descaso. E isso, certamente, não cria a boa vontade do resto do mundo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Está certíssimo! Dá muito bem pra conciliar agronegócio rentável com meio ambiente saudável!
Engraçado esses banqueiros que sempre exploraram o povo com seus juros abusivos agora querendo dar uma de bonzinhos. O Santander até pornografia financiou.
Fico imaginando se alguem realmente acredita nesse tido de mensagem. Determinada empresa (que supostamente adquiriu gado de area desmatada) bate na porta do Itau pra emprestar dinheiro (com alto indice de juros que costuma cobrar). Alguem realmente acredita que esse emprestimo nao sai!?
O governo bolsossauro abriu mão de 3 Bilhões de reais, a fundo perdido, da Alemanha e Noruega. Quando ele abre mão desse recurso e boicota a fiscalização, ele sinaliza que a parceria dele é com grileiros, garimpeiros e madeireiros, em detrimento dos pactos civilizatórios. O que esperar de um governo tacanho, terraplanista, anti ciência, corrupto, mentiroso contumaz? O Brasil passa por uma vergonha histórica, espero que essa pornochanchada de mal gosto acabe logo!
O Brasil tem espaço suficiente para desenvolvimento da agropecuária e não precisa desmatar a Amazônia. Vamos acabar com essa lorota. Banqueiro gosta mesmo é de dinheiro. Se querem financiar de verdade, aproveitem a Lei de Saneamento Básico e contribuam com o país, financiando as empresas.
Gado demais. Desmatamento a todo vapor e vamos ignorar? Pressao a mil nesse governo de incompetentes!
😂🤣😂🤣.:: novo elenco de a praça é nossa
So o gado
Oportunista.
Me engana que eu gosto........kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk   Banqueiro vai deixar de ganhar dinheiro ...kkkkkkkkkk  Piada......
Ta certo.
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