Por Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - Empresas latino-americanas poderão repor pelo menos parte das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) de companhias chinesas que desapareceram dos mercados ocidentais, afirmou um executivo da Nasdaq (BVMF:N1DA34)(NASDAQ:NDAQ) em entrevista à Reuters.
Reguladores em Pequim e Washington aumentaram a pressão sobre as empresas chinesas listadas nos Estados Unidos, e discussões sobre acesso a relatórios de auditoria podem levar empresas chinesas a serem expulsas das bolsas norte-americanas.
Neste ano, não houve listagens de empresas chinesas nos EUA, depois de 29 IPOs no ano passado. Quatro companhias latino-americanas foram listadas no país, abaixo das 20 listagens do ano passado, e 11 empresas de países do Sudeste da Ásia fizeram IPOs, comparados a 19 no ano passado.
O chefe global de mercados de capitais da Nasdaq, Bob McCooey, esteve em São Paulo na semana passada para discutir potenciais listagens com empresas brasileiras e para participar do evento de investimentos da XP Inc (NASDAQ:XP)..
A última listagem latino-americana foi a da Semantix (NASDAQ:STIX), uma empresa de tecnologia que chegou à Nasdaq na semana passada numa combinação de negócios com a SPAC Alpha Capital. O banco digital Inter migrou para a Nasdaq em junho.
"Minha visita a São Paulo em 2022 me lembra muito de viagens à China em 2008, estamos vendo o ecossistema para empresas de tecnologia crescer e várias companhias interessantes", disse McCooey em entrevista à Reuters.
Além de empresas de venture capital com experiência, a América Latina começa a ter empreendedores "seriais", que reinvestem recursos de venda de empresas em novas companhias.
Nos últimos cinco anos, 37 empresas latino-americanas e 159 chinesas se listaram na Nasdaq.