SÃO PAULO (Reuters) -A Neoenergia (SA:NEOE3) avançou com o processo de venda de sua participação na Norte Energia, concessionária que administra a hidrelétrica de Belo Monte, a segunda maior do Brasil com capacidade de mais de 11 mil MW, no rio Xingu (Pará).
A companhia decidiu prosseguir com "análises e providências" para determinar as condições para a alineação de sua fatia na concessionária, segundo relatório que acompanha o balanço do quarto trimestre, divulgado na noite de quinta-feira.
Com isso, a elétrica realizou uma reclassificação do ativo, o que levou à contabilização de um ajuste negativo de 482 milhões de reais no balanço, com impacto sobre o lucro líquido do período.
"Esse desinvestimento está alinhado com a estratégia da companhia, tendo em vista que se trata de uma participação minoritária. Dessa forma, o saldo do investimento em Belo Monte foi transferido da rubrica 'investimentos' para 'ativos não circulantes mantidos para venda'.", diz o documento.
A elétrica, controlada pela espanhola Iberdrola (MC:IBE), vem indicando a intenção de vender sua fatia em Belo Monte desde o IPO realizado em 2019. O ativo é visto como não estratégico para a Neoenergia, que tem grande participação em distribuição de energia e vem crescendo nas áreas de geração eólica e solar e de transmissão.
A Neoenergia detém uma fatia de 10% na Norte Energia. Além da empresa, também são sócios da concessionária a Cemig (SA:CMIG4) --que também tem intenção de alienar sua participação --, a Eletrobras (SA:ELET3), a J.Malucelli Energia, as autoprodutoras Aliança Energia (uma empresa com participação da Vale (SA:VALE3) e Cemig) e Sinobras e entidades de previdência complementar Petros e Funcef.
Além de Belo Monte, a Neoenergia tem participações diretas e indiretas em outras seis usinas hidrelétricas: Itapebi, Corumbá, Baguari, Dardanelos, Teles Pires e Baixo Iguaçu.
(Por Letícia Fucuchima; edição de Roberto Samora)