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Nova York, minério de ferro e otimismo de Selic em 1 dígito estimulam alta do Ibovespa

Publicado 22.11.2023, 08:50
© B3 Nova York, minério de ferro e otimismo de Selic em 1 dígito estimulam alta do Ibovespa
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O exterior positivo e a sinalização de que a taxa Selic continuará em queda estimulam nesta quarta-feira, 22, o Ibovespa, que ainda não passou por uma realização de lucros considerável. Na terça, o índice caiu apenas 0,26%, aos 125.626,03 pontos, mantendo, na ocasião, elevação de cerca de 11% neste mês.

Hoje, abriu no zero a zero, aos 125.626,20 pontos e logo passou a renovar máximas, em busca da faixa dos 127 mil pontos, vista pela última vez em meados de julho de 2021.

Na avaliação de Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, da expectativa de tendência positiva para o Índice Bovespa, ainda pode ser prematuro estimar que alcançará o nível dos 130 mil pontos ainda em novembro. "Seria muito otimismo ir para os 130 mil pontos, a não ser que tenha um evolução fora do esperado na questão fiscal", observa.

A alta do Ibovespa vem na esteira de afirmações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em entrevista à Bloomberg, ontem.

Ele afirmou que os juros no Brasil ainda estão tão restritivos, que o BC pode continuar a cortá-los. Hoje, em palestra, disse que há espaço para cortar os juros sem efeito no câmbio.

"A alta do Ibovespa reflete as falas de ontem e de hoje do presidente do Banco Central, reforçando novos recuos da Selic. Com isso, há queda da curva de juros no Brasil, influenciada também pelo declínio dos retornos dos Treasuries títulos do Tesouro dos Estados Unidos", explica Nishimura. "Isso naturalmente refletir numa melhora da Bolsa", completa o economista e sócio da Nomos.

"A fala de Campos Neto ontem e também questões de cenário externo positivo, como minério de ferro ajudam o Ibovespa", reforça o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

O mercado ainda monitora os ruídos na Petrobras (BVMF:PETR4), enquanto o petróleo recua mais de 4,00% no exterior. A queda ocorre após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) confirmar que a reunião do Comitê Conjunto de Acompanhamento Ministerial do grupo, bem como a conferência dos integrantes do cartel com aliados externos (Opep+), foi adiada para 30 de novembro. Nos últimos dias, especulações de que o cartel poderia cortar a oferta chegaram a dar impulso aos preços.

No Brasil, prosseguem incertezas em relação à Petrobras. Ontem, o presidente Lula demonstrou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e demais presentes em reunião no Palácio do Planalto que não gostou das discussões públicas sobre os preços dos combustíveis. Prates afirmou que "a reunião com Lula foi positivíssima" e não tratou de reajuste de combustíveis.

"Não convence, e hoje o petróleo cai devido também à trégua temporária do conflito no Oriente Médio. Tira fôlego das ações", diz Laatus.

Além disso, ficam no radar a expectativa de votações dos projetos de lei dos fundos exclusivos e offshore e das apostas esportivas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Às 11h30, as ações da Petrobras caíam 1,70% e as da Vale (BVMF:VALE3) subiam 0,25%. O minério de ferro avançou 1,53%, em Dalian, na China. O Ibovespa subia 0,77%, aos 126.597,84 pontos, após avançar 0,99%, na máxima aos 126,.875,11 pontos.

"As ações de bancos sobem, diante da visão positiva que Campos Neto trouxe", diz Laatus. A maioria dos papéis de grandes instituições subia acima de 1,00%. Além disso, algumas ações de varejistas avançavam, como Casas Bahia, com ganhos de cerca de 5,00% e Magazine Luiza (BVMF:MGLU3), de 2,00%.

Em Nova York, as bolsas sobem, um dia após a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicar que os juros americanos ficarão altos por mais tempo, apesar de as apostas seguirem sugerindo recuo em maio de 2024.

Amanhã, os mercados ficarão fechados por lá em razão do feriado de Ação de Graças, reabrindo só uma parte no dia seguinte.

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