Investing.com – Analistas estão animados com as perspectivas para os resultados trimestrais do Nubank (BVMF:ROXO34), que apresenta balanço nesta terça-feira, 13 de agosto. No entanto, possíveis mudanças na qualidade do crédito e reflexos das flutuações da taxa de câmbio no segundo trimestre, que podem impactar negativamente na taxa de crescimento, são pontos de atenção mencionados por especialistas na hora de olhar os indicadores mais de perto.
A projeção do InvestingPro, plataforma premium do Investing.com, é de um lucro por ação (LPA) de US$0,096 e receitas de US$2,809 bilhões no segundo trimestre deste ano, considerando as ações negociadas nos Estados Unidos.
Fonte: InvestingPro
“Em nossa opinião, a qualidade do crédito deve ser avaliada em conjunto com receitas e lucros; esse sempre foi o modus operandi da Nu, surpreendendo consistentemente os mercados desde seu início”, destaca o Itaú BBA, que possui indicação outperform para o banco digital, equivalente à compra, com preço-alvo de US$13.
De acordo com os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, os dados de maio do Banco Central sugerem um trimestre forte para o Nubank, com lucros crescendo em torno de 45% na base trimestral, em linha com suas expectativas acima do esperado pelo consenso.
“Isso indica que a Nu está efetivamente precificando o maior risco de crédito que está assumindo. Além disso, não está desacelerando o crescimento do crédito, que está aumentando a um ritmo de 9% na base trimestral”, completam os analistas.
O Itaú BBA menciona a deterioração na qualidade de crédito percebida nos dados da autoridade monetária brasileira, mas pondera que a carteira de empréstimos continua robusta, indicando receitas elevadas. A projeção do banco é de rentabilidade medida pelo retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) acima de 20% nos resultados do segundo trimestre e um lucro líquido de US$ 494 milhões.
Enquanto isso, a XP Investimentos (BVMF:XPBR31) entende que o Nubank deve apresentar dados positivos, mas um pouco mais fracos, impactados pelo câmbio.
Os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre estimam que as receitas devem atingir US$ 2,9 bilhões, o lucro bruto deve crescer para US$ 1,33 bilhão e o lucro deve alcançar US$ 448 milhões.
“No geral, embora o Nu continue a experimentar um crescimento saudável, há preocupações entre os investidores (incluindo nós mesmos) sobre se as novas iniciativas de crescimento na folha de pagamento e no México se materializarão a tempo de compensar a desaceleração natural de negócios mais maduros no Brasil, como cartões de crédito e empréstimos pessoais”.
O progresso de iniciativas de internacionalização e outros impulsionadores do crescimento devem ser monitorados de perto e serão necessários “para restaurar a confiança na alta taxa de crescimento esperada nos próximos trimestres”, completa a XP, que tem indicação neutra, com preço-alvo de R$7,2 por ação.
No primeiro trimestre deste ano, a fintech registrou lucro líquido de US$378,8 milhões, contra US$141,8 milhões no 1T23. Enquanto isso, o lucro líquido ajustado atingiu US$442,7 milhões, comparado a US$182,4 milhões um ano antes.
Às 14h26 (de Brasília) desta segunda, as ações do Nubank estavam em alta de 0,68% no pregão, cotadas a US$12,49.
Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) subiam 0,88%, a R$11,41.