Por Gabriel Codas
Investing.com - No final da manhã desta quinta-feira, as ações da Odontoprev (SA:ODPV3) operam com desvalorização, depois de encerrar o período de abril a junho de 2020 com lucro líquido de R$ 116,4 milhões, um aumento de 87% em relação aos R$ 62,2 milhões do mesmo trimestre do ano passado.
Com isso, por volta das 11h40, os ativos cediam 1,91% a R$ 14,37.
O resultado veio mesmo com uma queda nas receitas de 3,2%, para 433 milhões. Isso porque a companhia obteve um recuo de 37% dos custos, para R$ 134,1 milhões, e baixa de 15% das despesas operacionais, a R$ 128,2 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 96%, para R$ 176,7 milhões. Sem os itens não recorrentes, o Ebitda subiu 68,2%, para R$ 171 milhões, com margem de 39,5%, recorde desde a oferta pública inicial de ações.
Visão dos analistas
Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), conforme mostrado nos resultados do segundo trimestre, existem pontos positivos (frequências mais baixas e DLRs) e negativos (taxas de rotatividade mais altas, menos adições brutas) para o caso de investimento. No curto prazo, os positivos superam os negativos (o DLR no segundo trimestre foi recorde), mas a equipe acredita que a combinação de mais contração de associação e pressão sobre a média do bilhete deve representar riscos negativos para estimativas de consenso para os ganhos de 2021. A recomendação segue neutra.
Balanço
No intervalo do resultado, a operadora de plano odontológico viu o tíquete médio consolidado no segundo trimestre cair para R$ 20,53, ou 3,6% menor. Segundo a companhia, esse movimento reflete a estabilidade dos contratos corporativos, a maior participação dos planos para pequenas e médias empresas e o novo mix dos planos individuais, com queda na receita em canais de varejo, de menor margem.
Além disso, a Odontoprev encerrou o período com um total de 7.189.206 beneficiários, com perda líquida de 274 mil vidas no período, destaque para queda de 106 mil beneficiários no mês de maio, passando a menos 76 mil em junho.
Já o custo de serviços representou 33,1% da receita, 12,2 pontos percentuais (p.p.) abaixo do segundo trimestre de 2019, atingindo menor patamar histórico. Excluindo-se as provisões não técnicas dos planos individuais, o custo de serviços consolidado teria sido R$ 128.001 no trimestre, com sinistralidade de 29,6%, 15,7 p.p. abaixo do ano anterior.