Investing.com - A telefônica Oi (SA:OIBR4) entrou nesta segunda-feira (20/6) com pedido de recuperação judicial na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, segundo fato relevante divulgado no site da companhia. A empresa possui dividas da ordem de R$ 65,4 bilhões, no maior pedido de recuperação da história do país, superando as empresa X de Eike Batista.
A ação hoje caiu 10% e fechou a R$ 0,99. Nos últimos cinco pregões a companhia perdeu mais de 50% de seu valor na bolsa, refletindo a falta de confiança do mercado em sua capacidade de reestruturar a dívida.
A Oi buscava uma solução para seu pesado endividamento e contratou a Moelis & Company para assessorar na negociação com credores. Na semana passada, a telefônica anunciou não tinha chegado a um acordo com detentores de bônus e informou ter 60% de recebíveis penhorados, culminando na saída repentina de seu CEO Bayard Gontijo. Hoje, a companhia divulgou ter assegurado prazo de 180 dias para pagamento da dívida com o BNDES.
Na última semana, a empresa fez uma proposta de restruturação para seus credores para reduzir em mais de 50% sua dívida. A Oi pediu a credores para alongar os vencimentos e ofertou trocar parte dos títulos por ações com prêmio em relação aos preços da Bovespa. Se houver 100% de adesão, o passivo da empresa cairá para R$ 21 bilhões.
A dívida da empresa caminhou para uma trajetória insustentável e no próximo mês haverá vencimento de dívidas de cerca de R$ 890 milhões.
Com o fracasso da negociação e dúvidas em relação ao futuro da companhia, a Fitch e a Standard & Poor’s rebaixaram a nota da Oi para níveis logo acima do calote.
Em fevereiro, o grupo LetterOne, empresa de investimento do bilionário russo Mikhail Fridman, desistiu de mediar a Oi para viabilizar a compra da Tim (SA:TIMP3) e, assim, dar uma solução à estrutura de caixa da empresa.