Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde informou na sexta-feira que seus parceiros, como Gavi e Unicef, podem começar a comprar vacinas contra a mpox antes que elas sejam aprovadas pela agência de saúde da ONU, em uma tentativa de levar as vacinas para a África mais rapidamente, já que o continente luta contra um surto crescente do vírus.
Tradicionalmente, organizações como Gavi, que ajudam os países de baixa renda a comprar vacinas, só podem começar a comprar vacinas depois da aprovação da OMS. Mas as regras foram flexibilizadas nesse caso para dar andamento às negociações. A aprovação da OMS deve ocorrer em algumas semanas.
Duas vacinas, fabricadas pela Bavarian Nordic (CSE:BAVA) da Dinamarca e pela KM Biologics do Japão, já foram aprovadas por órgãos reguladores em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos e no Japão, e têm sido amplamente utilizadas para mpox desde 2022. Cerca de 1,2 milhão de pessoas tomaram a vacina da Bavarian Nordic somente nos Estados Unidos. Espera-se que a OMS conceda uma licença de emergência para as vacinas em setembro.
A mpox, uma infecção viral que se espalha por meio de contato próximo e geralmente é leve, mas pode matar, foi declarada uma emergência pública de interesse internacional pela OMS na semana passada, depois que uma nova ramificação do vírus se espalhou rapidamente na República Democrática do Congo e em outros países.
No início deste mês, a OMS solicitou aos fabricantes de vacinas que enviassem informações para acelerar seu processo de aprovação e conceder uma licença de emergência até meados de setembro.
No entanto, esta semana, um dos fabricantes de vacinas, a Bavarian Nordic, disse que precisava de pedidos imediatos de organizações como a Gavi e a OMS para fazer mais vacinas este ano, aumentando o temor de que os países de baixa renda pudessem ficar de fora ou ser forçados a depender mais uma vez de doações de países de alta renda, como aconteceu durante a pandemia de Covid-19.
Algumas vacinas contra a mpox doadas devem chegar à África na próxima semana, informou o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças.