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SÃO PAULO (Reuters) - Pesquisa da Febraban divulgada nesta segunda-feira mostrou que os bancos estão mais conservadores neste começo de ano sobre o crescimento das suas carteiras de crédito em 2025, reflexo da piora do cenário econômico no país.
A previsão agora é de que o crédito deverá crescer 8,5% nesta ano, contra estimativa anterior, em dezembro, de 9%, segundo levantamento da Febraban.
A pesquisa é realizado a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano.
De acordo com o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg, a revisão já era esperada e vinha se desenhando desde o último trimestre de 2024.
"O resultado reflete a piora do cenário econômico, com expectativa de uma inflação maior, e consequentemente, juros mais altos também ao longo do ano", afirmou em comunicado à imprensa sobre a pesquisa.
"Os números evoluem de acordo com a dinâmica econômica e o desempenho efetivo do crédito dependerá do cenário fiscal e de outras variáveis relevantes, que poderão alterar a perspectiva atual", acrescentou.
Em 2024, o estoque total de crédito no Brasil cresceu 10,9%, conforme dados do Banco Central divulgados no final de janeiro.
Itaú (BVMF:ITUB4) e Bradesco (BVMF:BBDC4) já haviam estimado desaceleração no crescimento de suas carteiras de crédito em 2025 quando anunciaram os resultados do ano passado, assim como Santander Brasil (BVMF:SANB11).
Na pesquisa da Febraban, realizada com 21 bancos entre 5 e 10 de fevereiro, as previsões agora apontam aumento de 8,1% na carteira de recursos livres, de 8,3% antes, e de 9% na carteira direcionada, de 9,7% antes.
Para as empresas, no geral, a projeção de crescimento ficou em 7,1%, ante expectativa anterior de aumento de 7,8%, enquanto, para as famílias, a expansão esperada passou de alta de 9,1% para 8,6%.
A projeção para a taxa de inadimplência da carteira livre passou de 4,7% para 4,6%, o que a Febraban diz que pode ser explicado pela maior cautela na concessão de crédito, que poderá reduzir a expansão da inadimplência ao longo do ano.
A pesquisa também coletou as primeiras projeções para a expansão do crédito em 2026, com a média das estimativas indicando alta de 7,7% no ano que vem, logo, mantendo a desaceleração nos financiamentos.
(Por Paula Arend Laier)