Por Leticia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) e a WEG (BVMF:WEGE3) anunciaram nesta quarta-feira uma parceria para desenvolvimento de uma turbina de geração eólica onshore de 7 megawatts (MW) de potência, em projeto que deve dar novo impulso à indústria nacional de energias renováveis.
O anúncio do acordo, que havia sido sinalizado na terça-feira, vem em um momento em que a indústria eólica nacional enfrenta um cenário desafiador, com menor número de fabricantes produzindo internamente para atender projetos eólicos após a paralisação das atividades da GE e da Siemens Energy (ETR:ENR1n) no país.
Nesse contexto, as fabricantes começam a ver maior competição com produtos importados, ao mesmo tempo em que a piora no mercado para lançamento de usinas renováveis "greenfields" tende a reduzir o volume de encomendas.
A Petrobras investirá aproximadamente 130 milhões de reais no projeto já em andamento pela WEG, em iniciativa alinhada com a estratégia de descarbonizar seu portfólio e investir em energias renováveis por meio de parcerias.
Em comunicado, a estatal disse que o projeto aumentará seu conhecimento em tecnologia de energia eólica e contribuirá para impulsionar a transição energética no Brasil.
"Além de seu papel na expansão da energia eólica onshore nacional, o desenvolvimento desse aerogerador de 7 MW trará impacto positivo para o futuro da energia eólica offshore no Brasil", disse a Petrobras, em comunicado.
O Brasil se prepara para desenvolver seus primeiros parques eólicos no mar, fonte de geração que deverá exigir mudanças na cadeia de fornecedores instalada hoje no país, cuja produção atende às especificidades das usinas em terra. As máquinas offshore costumam ser de maior porte, frequentemente superando 10 MW de potência.
AEROGERADOR NACIONAL
A fabricante catarinense de equipamentos e tintas industriais WEG anunciou em meados do ano passado o projeto do aerogerador de 7 MW, o maior em potência a ser fabricado no Brasil, prevendo o início da produção em série a partir de 2025.
Em maio deste ano, o BNDES fechou um financiamento de 59 milhões de reais para apoiar o projeto.
Segundo anunciado pela WEG na época, o equipamento será inicialmente produzido em seu parque fabril de Jaraguá do Sul (SC), mas está sendo projetado para atender o perfil de ventos e condições climáticas de outros mercados além do Brasil.
Importante fornecedora do setor de geração renovável do Brasil, a WEG já desenvolveu uma turbina eólica de tecnologia nacional, com 4,2 MW de potência, em parceria com a Engie Brasil Energia (BVMF:EGIE3).
O novo produto da fabricante segue a lógica própria da indústria eólica, que busca constantemente elevar a potência de suas turbinas a fim de tornar mais eficiente a geração renovável ao permitir que os empreendimentos tenham a mesma capacidade instalada com menos máquinas em operação e menos terra ocupada.