SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) decidiu provisionar 1,3 bilhão de reais devido ao atual estágio de litígios arbitrais envolvendo a empresa Sete Brasil, informou a petroleira em fato relevante nesta quinta-feira.
A Sete Brasil foi criada no fim de 2010 como parte de planos multibilionários concebidos para explorar o petróleo do pré-sal. Atualmente em recuperação judicial, a empresa ainda está envolvida nas investigações da operação Lava Jato, que descobriu um enorme escândalo de corrupção no Brasil.
"O efeito decorrente deste provisionamento será reconhecido no resultado consolidado da Petrobras do 1º trimestre de 2019", disse a petroleira, sem detalhar.
Atualmente, a Petrobras está envolvida em diversas arbitragens e ações relacionadas à Sete Brasil, todas de natureza confidencial.
Em um das disputas, uma ação nos Estados Unidos, a EIG alega que a estatal teria praticado fraude para induzi-la a investir na empresa de sondas, ao não comunicar sobre atos de corrupção que acabaram sendo alvo da Lava Jato.
Em relatório financeiro do quarto trimestre de 2019, a Petrobras registrou uma estimativa de perda possível de 8,068 bilhões de reais com arbitragens no país e a ação judicial nos Estados Unidos envolvendo a Sete Brasil. O valor não havia sido provisionado.
No comunicado desta quinta-feira, a Petrobras acrescentou que é "vítima dos fatos apurados pela operação Lava Jato" e "permanece em defesa de seus interesses nos processos relacionados ao caso, pois defende não ser cabível qualquer pleito indenizatório".
A petroleira não detalhou qual arbitragem motivou a provisão de 1,3 bilhão, ressaltando que os processos são confidenciais.
A Sete Brasil, que previa construir 29 sondas de petróleo no Brasil, sendo 28 delas para atender contratos firmes com a Petrobras, entrou com pedido de recuperação judicial em 2016.
A empresa, que previa investimentos de 26,4 bilhões de dólares quando foi criada, tem como sócios a Petrobras, com 5 por cento, e o FIP Sondas, com 95 por cento. O fundo tem como cotistas Petrobras, Petros, Funcef, Previ, Valia, Santander (SA:SANB11), Fundo Strong, BTG Pactual (SA:BPAC11), Lakeshore, Luce Venture, EIG e FI-FGTS.
(Por Luciano Costa e Marta Nogueira)