Petrobras reduz preço do diesel pela segunda vez em abril após queda do petróleo

Publicado 17.04.2025, 11:51
Atualizado 17.04.2025, 13:36
© Reuters. Bomba de combustível em posto de gasolina em Brasílian07/03/2022nREUTERS/Adriano Machado

Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) vai reduzir o preço médio do diesel vendido em suas refinarias em 3,4%, a partir de sexta-feira, para R$3,43 por litro, informou a companhia em comunicado nesta quinta-feira.

A redução de R$0,12 por litro -- o segundo ajuste para baixo neste mês -- ocorreu na esteira de um mergulho dos preços do petróleo Brent nas últimas duas semanas, após o tarifaço de Donald Trump.

O barril caiu de aproximadamente US$75 para cerca de US$65, desde 2 de abril, por temores de que a guerra comercial cause uma recessão global e reduza a demanda por petróleo.

"Temos uma análise fundamentalista de preços, e dentro dessa análise entendemos que o ajuste era adequado nesse momento, principalmente por conta do movimento do Brent", disse o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, à Reuters.

Ele disse que cabe à companhia analisar os preços a cada 15 dias. "Nosso mandato, ou seja, está no nosso contrato, fazer isso. É nossa missão. A equação de preços não mudou, a metodologia e a lógica são as mesmas... Houve mudanças em câmbio e principalmente no Brent", afirmou.

Antes da escalada tarifária, a Petrobras havia reduzido o preço do diesel em 4,6% em 1º de abril, no primeiro corte de valores deste combustível desde dezembro de 2023.

À Reuters, o sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, afirmou acreditar que a Petrobras optou por fazer um movimento conservador, diante de toda a incerteza gerada no mercado por conta da guerra tarifária, principalmente em relação à demanda de combustíveis.

"Nos nossos cálculos, víamos um potencial mensurado de até 30 centavos (de corte), então ela fez o movimento de 12 centavos, vai praticamente ali no meio do caminho."

Melo ponderou ainda que o petróleo já está sinalizando uma recuperação. "Então eu acho que isso deve ter pesado, sim, na decisão por não aprofundar o corte".

Na véspera, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou a jornalistas que a empresa olha para a participação de mercado e avalia o que é bom para a sociedade brasileira, além de variáveis como o preço do petróleo Brent e câmbio, nas decisões sobre preços de combustíveis.

Em 7 de abril, após a derrocada dos preços do petróleo, notícias deram conta de que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia pedido à presidente da Petrobras para que a companhia analisasse um novo corte no valor médio do diesel vendido às distribuidoras, o que seria favorável para o controle da inflação, sempre um fator de preocupação ao governo brasileiro.

Posteriormente, em evento no Rio de Janeiro no dia 10, Silveira afirmou que as medidas de Trump gerariam boas oportunidades ao Brasil, inclusive para redução dos preços dos combustíveis.

Thiago Vetter, consultor em gerenciamento de risco da consultoria StoneX, lembrou que a Petrobras chegou a estar acima do preço internacional em R$0,40 por litro durante o mês de março, embora esta diferença tenha diminuído ao longo daquele mês em função do aumento do preço do diesel e também do petróleo, por incertezas sobre as ações a serem empregadas pelos EUA contra o Irã e contra a Rússia.

Mas, com o ajuste da Petrobras no início do mês e o anunciado nesta quinta-feira, a defasagem do produto da Petrobras em relação a um preço de paridade mínimo foi a zero, destacou ele.

"Ou seja, o produto vendido pela empresa está no mesmo preço do importado", afirmou, apontando riscos.

"Existe o risco palpável de se repetir o cenário que ocorreu recentemente... continuando o movimento de alta recente (do petróleo) podemos ver o preço praticado pela empresa ficando abaixo do mercado internacional -- o que impacta a economicidade das importações", declarou Vetter, em nota.

No ano passado, Brasil importou mais de 20% do diesel consumido internamente, segundo dados da agência reguladora, ANP.

O repasse do corte aos consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de questões como margens de distribuidores e revendedores, impostos e mistura de biodiesel.

(Por Marta Nogueira)

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