Por Gram Slattery e Collin Eaton
RIO DE JANEIRO/HOUSTON (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) está reorganizando sua área de comercialização, disse a empresa à Reuters na segunda-feira, à medida que procura aproveitar ao máximo um esperado aumento nas exportações de petróleo e gás.
A estatal está dividindo sua unidade de Marketing e Comercialização em uma unidade doméstica e em outra internacional, disse a empresa em um comunicado, depois de duas fontes terem apontado as mudanças à Reuters.
"A Petrobras está desdobrando sua área de Marketing e Comercialização em Comercialização no Mercado Externo (CME) e em Comercialização no Mercado Interno (CMI)", disse a companhia. "A mudança busca alinhar a Petrobras ao movimento do setor e trazer mais sinergia, inovação e agilidade para seus negócios de comercialização."
A petroleira vem acelerando a produção de óleo e gás na área do pré-sal, o que, por sua vez, a levou a buscar novos mercados para exportação.
Em maio, a Reuters noticiou que a Petrobras armazenaria petróleo na China para responder melhor à demanda imediata de refinarias locais. Na semana passada, a diretora-executiva de Refino e Gás Natural da Petrobras afirmou que as exportações podem crescer em mais de 30% "nos próximos anos".
A área de comercialização da Petrobras é dividida principalmente por produtos, como petróleo e diversos combustíveis, mas a divisão principal se dividirá agora nos mercados doméstico e internacional, disseram as fontes, que pediram por anonimato, já que não estão autorizadas a falar publicamente.
A reorganização vem também em um momento em que as operações de comercialização da Petrobras enfrentam um grande escândalo de corrupção, que envolve importantes casas de trading de commodities, como Glencore (L:GLEN), Trafigura, Mercuria Energy Group e Vitol.
Em dezembro, procuradores brasileiros indiciaram 14 pessoas, incluindo seis ex-funcionários da Petrobras, por participarem de um esquema de milhões de dólares em fraudes.
Em junho, a Reuters reportou que executivos da Petrobras, sendo que ao menos um deles permanece na empresa, ignoraram avisos de funcionários a respeito de uma corretora de combustíveis que procuradores agora dizem ter sido um agente fundamental no esquema.
(Reportagem de Gram Slattery no Rio de Janeiro e Collin Eaton em Houston)