Por Dhirendra Tripathi e Ana Julia Mezzadri
Investing.com - As ações dos EUA tiveram tendência de queda nesta quarta-feira, devolvendo alguns ganhos após fortes balanços do varejo e sinais de que consumidores continuam gastando.
Alguns investidores temem que o Federal Reserve reaja mais rapidamente no aumento das taxas de juros, depois do maior aumento em 31 anos dos preços ao consumidor de outubro comparado ao ano anterior. Ainda assim, o Fed se movimenta para reduzir o programa de compra de títulos no final deste ano. A questão sobre as taxas será decidida no decorrer do tempo.
Uma das grandes influências na postura do Fed será a escolha do presidente Joe Biden do próximo líder quando o mandato do atual presidente Jerome Powell terminar em fevereiro. Ele poderia renomear Powell, como alguns esperam, ou escolher a governadora Lael Brainard para sucedê-lo, como outros também esperam.
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Biden afirmou que a decisão pode acontecer esta semana.
A empresa de serviços financeiros, Visa (NYSE:V) (SA:VISA34), pesou no Dow Jones Industrial Average depois que a Amazon.com (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) declarou não mais aceitar seus cartões emitidos no Reino Unido devido a taxas.
Por outro lado, os fortes ganhos do varejo desta semana coroaram uma temporada de balanços positivos que levaram as ações a recordes sequenciais nas últimas semanas.
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No Brasil, o Ibovespa fechou em queda pelo terceiro pregão seguindo, passando para o campo negativo no mês, com queda de commodities e preocupações com o quadro fiscal.
Aqui estão quatro coisas que podem afetar os mercados amanhã:
1. Perspectivas econômicas
A piora nas perspectivas econômicas pelo ministério da Economia nesta quarta-feira deve seguir fazendo peso no pregão de amanhã. Agora, o governo espera PIB de 2,1% para 2022. Ainda que o número esteja muito acima do que vem sendo estimado pelo mercado, representa uma queda em relação à projeção divulgada em agosto, de 2,5%.
A situação da PEC dos Precatórios no Senado, que parece não avançar, também deve seguir impondo cautela aos investidores, além das falas de Bolsonaro em relação a reajustes nos salários do funcionalismo público, possibilidade que teria forte impacto no Orçamento de 2022.
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2. Pfizer
A Pfizer Inc (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) estará no centro das atenções já que reguladores consideram a possibilidade de disponibilizar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para todos os adultos. A Food and Drug Administration se reúne na quinta-feira e os especialistas em vacinas do comitê independente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças se reúnem na sexta-feira para discutir os méritos do assunto e aprovar a terceira dose da empresa para maiores de 18 anos.
A Moderna Inc (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34) também busca aprovação de emergência para disponibilizar a sua dose de reforço da vacina a todos os adultos. Embora a dose de reforço esteja disponível a todos em alguns locais, os reguladores a aprovaram inicialmente para pessoas com 65 anos ou mais ou pessoas expostas a empregos ou ambientes de risco.
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3. Lucid e Rivian
As ações de fabricantes de veículos elétricos estiveram na crista da onda durante a semana passada, com Lucid (NASDAQ:LCID) e Rivian (NASDAQ:RIVN) entre as que mais ganharam. A direção agora é a oposta. As ações do Lucid Group Inc caíram 6% na quarta-feira e da Rivian Automotive Inc - um dos maiores IPOs do ano - - caíram 17%.
Ainda assim, ambas as ações acumularam tanto que agora têm valores de mercado que rivalizam com as maiores montadoras do mundo.
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4. Indústria do petróleo
Refinarias de petróleo estão sob escrutínio depois que o governo de Biden pediu à Federal Trade Commission que verificasse se há atividade anticompetitiva mantendo os preços altos nas bombas.
A carta de Biden segue sua orientação ao órgão regulador antitruste de alguns meses atrás, encaminhada pelo diretor do Conselho Econômico Nacional, para justificar a disparada dos preços dos combustíveis. Em sua última diretriz, Biden afirmou ser necessário mais ações, uma vez que "os preços nos postos continuaram a subir, mesmo com os custos do refino de combustível caindo e os lucros da indústria aumentando".
- A Reuters contribuiu para esta reportagem.