Investing.com – Analistas da Oppenheimer apontaram, em nota recente, que o atual mercado de alta nos EUA deve se estender até 2025, com o ápice ocorrendo "em no mínimo 6 a 12 meses".
Segundo a pesquisa, embora sinais de exaustão estejam surgindo, o desempenho de ações de alta intensidade tende a continuar sustentando ganhos no curto prazo.
"Nosso trabalho indica que a liderança das ações com maior impulso deve ser priorizada, enquanto ações de baixa performance devem ser descartadas nas fases finais de um ciclo de alta," afirma o relatório.
A empresa destacou que este estágio do mercado costuma recompensar ações de maior dinamismo, mesmo quando o mercado geral demonstra certa exaustão.
Um conceito introduzido pela Oppenheimer é o ponto em que a amplitude do mercado atinge seu máximo, permitindo ganhos temporários até em ações menos atrativas.
“De modo geral, esse momento ocorre quando a amplitude interna é maior e mesmo escolhas inferiores são premiadas,” explicaram. Esse evento, conforme a análise, normalmente antecede o pico final do mercado em 6 a 12 meses.
A Oppenheimer destacou o uso de seu indicador exclusivo, chamado “Sector Culprit Indicator”, que avalia o desempenho do setor mais fraco do S&P 500.
Atualmente, o indicador aponta para um crescimento anual de 12% no setor de Energia, sugerindo que o mercado ainda está distante de seu topo. "Um setor culpado com desempenho de -20% ao ano é um dos sinais de topo de mercado," afirmaram, projetando mais ganhos antes da conclusão deste ciclo de alta.
Para investidores, a recomendação é manter o foco em ações de alta performance. “Ações de alta intensidade devem continuar superando as de baixa intensidade, independentemente,” ressaltaram, alertando contra posições defensivas enquanto o mercado avança em direção ao pico.
LEIA TAMBÉM: Ações americanas baratas para investir
Posição extremamente otimista no S&P 500 aumenta riscos no curto prazo
A recente valorização do S&P 500 levou muitos investidores a ampliar posições, resultando em níveis extremos de otimismo nos contratos futuros do índice, o que pode limitar os ganhos nas próximas semanas, segundo analistas do Citi.
"Os posicionamentos no S&P 500 estão desequilibradamente otimistas, com níveis nominais em extremos históricos," afirmaram os analistas. Esse fluxo recente, motivado pela busca de oportunidades na alta, indica que “é difícil classificar os investidores como pouco expostos ao índice neste momento, o que pode restringir o potencial de valorização no curto prazo.”
Os contratos futuros do S&P 500 estão “atualmente no percentil 100 de otimismo e fortemente concentrados em posições líquidas compradas,” acrescentaram, criando um perfil de risco mais assimétrico, no qual um ajuste dessas posições pode intensificar a volatilidade.
O impacto desse cenário ficou evidente na semana passada, quando a retração do S&P 500 resultou em perdas para cerca de “um terço das posições,” segundo os analistas. Situação semelhante foi observada no iShares Russell 2000 ETF, que ocupa a segunda posição mais estendida após o S&P 500.
Já o Nasdaq 100 apresenta uma posição mais equilibrada, com o tamanho das apostas compradas no percentil 90, enquanto as vendas a descoberto atingiram o maior nível em três anos. Essa configuração, conforme o Citi, gera riscos de ajustes abruptos em qualquer direção, amplificando os movimentos no curto prazo.
“Se o mercado cair, um grupo considerável de investidores comprados pode liquidar posições para mitigar perdas, ampliando a correção. Por outro lado, um "short squeeze" [stop de posições vendidas] pode estender ainda mais a alta,” observaram.
UBS prevê ganhos "concentrados no final de 2025" para o S&P 500
Os estrategistas do UBS projetam que o S&P 500 encerrará o ano de 2025 em torno de 6.400 pontos, representando um aumento de cerca de 9% em relação aos níveis atuais. Os retornos, no entanto, devem ser mais expressivos no segundo semestre de 2025, segundo nota do banco.
“Após o rali deste ano, gerado pelas nomeações no gabinete de Trump, prevemos leve recuo nos mercados no primeiro semestre do próximo ano devido à desaceleração no crescimento dos EUA,” escreveram os estrategistas liderados por Arend Kapteyn.
A expectativa é que, após ajustes nos lucros projetados para níveis mais realistas, o segundo semestre de 2025 ofereça um cenário mais favorável para os mercados de ações.
O UBS acredita que, apesar de meses de desempenho inferior das ações dos EUA, elas devem superar as europeias em um período de 12 meses. Por sua vez, as ações europeias devem performar melhor do que as de mercados emergentes (EMs).
Em termos de estilo, o banco aposta na superioridade das ações de Qualidade sobre as de Valor, com os Estados Unidos exibindo forte performance.
Dentro dos mercados emergentes, o UBS elege empresas de internet chinesas como destaque, mas recomenda cautela com ganhos em setores beneficiados indiretamente pela recuperação da China.
Do ponto de vista macroeconômico, os estrategistas apontam para melhorias no cenário global, como a desaceleração da inflação e a queda nos juros, além do aumento real de rendimentos no ritmo mais rápido das últimas duas décadas e sinais iniciais de recuperação no mercado imobiliário.
Ainda assim, o crescimento global deve desacelerar, caindo de 3,2% para 2,6% nos próximos dois anos. Essa perspectiva reflete, em parte, a moderação no ritmo econômico dos EUA e, principalmente, os impactos das tarifas americanas sobre uma economia chinesa já fragilizada.