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[PODCAST] Tese de Investimento: Sabesp tem vantagens mesmo sem privatização

Publicado 29.06.2021, 12:00
© Reuters.
SBSP3
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Por Ana Carolina Siedschlag e Leandro Manzoni

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Investing.com - No dia 11 de junho de 2021, o atual secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, em entrevista ao jornal Valor Econômico, trouxe uma informação bem relevante para o caso da Sabesp (SA:SBSP3).

Segundo ele, o Estado de São Paulo, sob a gestão do governador João Doria (PSDB/SP), decidiu contratar uma empresa de consultoria para fazer um estudo sobre a possível privatização da estatal de saneamento e água. Esse trabalho ficará a cargo do IFC, o International Finance Corporation, braço privado do Banco Mundial, e trará avaliações para ajudar o governo paulista a tomar uma decisão sobre o futuro da estatal.

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Acontece que esse estudo, segundo o próprio Meirelles, só deve ficar pronto daqui seis meses. Ou seja, pode ser que haja tanto uma janela de oportunidade, para que o investidor entre antes que a viabilidade da privatização seja comprovada, ou também um risco de que esse processo acabe demorando muito e seja postergado.

Lembrando que, em 2022, teremos eleições para os governos estaduais, o que pode acabar mudando todo o panorama para a empresa, atrasar ainda mais o calendário ou até enterrar de vez a ideia, dependendo de quem ganhar o pleito.

Então, será que vale a pena estar posicionado em Sabesp?

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Segundo dois analistas com quem conversamos, sim, vale a pena, já que a estatal tem outros fundamentos importantes que fazem dela um bom investimento mesmo se a privatização acabar não acontecendo.

Para o Luis Sales, da Guide, a companhia tem conseguido manter uma eficiência operacional e ampliar contratos em regiões importantes, que mostram uma certa resiliência em termos de receita que faz dela uma boa pagadora de dividendos.

“A geração de caixa dela é o suficiente para cobrir todos os investimentos que ela faz. Então, para um perfil mais Buy and Hold, ou de segurar o papel, faz sentido, em um cenário de espera pela privatização, ter essas ações e ir recebendo os dividendos dela”.

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Para ele, o segmento de saneamento ganhou mais participantes privados nos últimos anos, o que ajuda a colocar algum interesse na compra da estatal em um cenário de possível desestatização.

Para entender melhor o tamanho da Sabesp, a estatal nasceu em 1973, após a fusão de outras 6 empresas, e tem como foco de atuação o tratamento de água e esgoto em cidades do estado de São Paulo. Ela é a responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto em mais de 350 cidades do estado, incluindo a capital paulista.

O grupo ainda tem atuação em outros setores, como em sua usina de gás metano e em pesquisas sobre o setor. E é por isso que o estudo para a privatização deve ser conduzido com bastante atenção e trazer alguns debates para a mesa.

Um deles, segundo próprio Meirelles, naquela entrevista ao Valor, será sobre uma capitalização da Sabesp com manutenção do controle acionário da empresa pelo Estado, mas com injeção de capital privado, ou pela total privatização da companhia.

Agora, independentemente de como vai se dar a desestatização, o mais importante agora, segundo o analista Victor Martins, da Planner, é o timing para isso, já que as cartas já estão parcialmente postas na mesa. De qualquer maneira, a situação da empresa, que tem um balanço saudável, e a capacidade de payout é o que faz dela um bom investimento.

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“O mínimo por estatuto é 25% do lucro, e ela tem distribuído na faixa de 27,9%. Isso porque ela está retendo caixa para custear os investimentos, que ela também tem custeado com emissão de dívidas. Assim, dentro da estrutura que a empresa tem hoje, pode continuar investindo e manter um payout alto de dividendos”, diz.

Para ter uma ideia, ao longo de 2019, a Sabesp distribuiu, através de juros sobre capital próprio e dividendos, aproximadamente R$ 1,15 por cada ação. Se você tivesse 1.000 ações, equivalente na época a R$ 24 mil, receberia R$ 1.150 no ano.

E aí, deu para ver melhor sobre a espera pela privatização da Sabesp é ou não uma oportunidade? Siga o Investing.com Brasil nas plataformas de streaming pra acompanhar a nossa cobertura completa das empresas listadas nos nossos podcasts.

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