Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordináriosDescubra ações agora mesmo

Por que NY tem atraído mais IPOs de empresas brasileiras?

Publicado 28.11.2019, 17:22
Atualizado 28.11.2019, 17:29
© Reuters.

Por Paula Salati

Investing.com - Busca por maior captação de recursos e aumento na base de investidores, clientes e fornecedores são alguns dos atrativos que têm levado empresas nacionais a abrirem capital nas bolsas de Nova York (EUA).

Fortalecer a posição como empresa de tecnologia e até mesmo ter acesso às chamadas ações “superordinárias” (Super ON) também são decisivas quando uma companhia opta por fazer IPO.

Essa é uma tendência que deve se fortalecer nos próximos anos. Após Stone (NASDAQ:STNE), PagSeguro (NYSE:PAGS), Arco Educação (NASDAQ:ARCE), Afya (NASDAQ:AFYA) e, mais recentemente, a XP Investimentos, a Cogna (SA:COGN3) anunciou que pretende fazer IPO da Vasta Educação nos EUA, já no início de 2020.

Claudia Yoshinaga, professora da FGV EAESP, diz que ter acesso a um mercado muito mais amplo de investidores é o que mais pesa na hora de decidir abrir capital.

“Apesar do crescimento recente de investidores individuais [pessoa física] na bolsa no Brasil, a base de investidores nos EUA é muito mais ampla, tanto individuais, como institucionais”, afirma Yoshinaga.

“Você tem uma capilaridade muito maior estando lá fora, não só por conta da quantidade de investidores, como também pelo potencial de aumento de clientes e de fornecedores”, ressalta a professora.

Ter acesso a mais fornecedores, por sua vez, também é importante para quem quer fortalecer a sua posição como empresa de tecnologia. Nasdaq e NYSE, por exemplo, são hoje fortemente conhecidas por abrigarem grandes companhias do segmento.

A XP, inclusive, trabalha para abrir o seu banco digital, o Banco XP. Em outubro deste ano, o Banco Central (BC) do Brasil já autorizou, inclusive, a corretora a operar o banco, cuja sede será no Rio de Janeiro.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Capilaridade

Ainda sobre o leque de investidores, Alberto Amparo, que é analista da Suno Research, aponta que, enquanto 55% da população dos EUA investe em ações de empresas listadas nas bolsas, no Brasil, esse percentual é ainda de 0,7%.

A base mais ampla de investidores é, inclusive, um dos motivos pelos quais as avaliações das empresas (valuation) costumam ser mais altas nos EUA, já que, quanto mais investidor, maior demanda e, portanto, maior o preço.

“A XP, por exemplo, é uma empresa que vem crescendo muito e, talvez, ela poderia dificuldade de ter acesso a investidores institucionais de outros países se abrisse capital no Brasil. A burocracia para se investir aqui no país é muito grande”, diz Amparo.

Sobre este assunto, o diretor de Relacionamento com Clientes da B3, Felipe Paiva, diz que a precificação acaba mesmo sendo decisiva na hora da empresa escolher onde fazer IPO.

“Como sempre mencionamos, estamos inseridos em um cenário de competição global. Em alguns casos, a precificação da oferta em determinados segmentos – como no caso de empresas de tecnologia – é um dos fatores cruciais para a tomada de decisão da companhia”, afirma Paiva.

Contudo, Paiva ressalta que a B3 está trabalhando junto a reguladores para permitir o processo de dupla listagem e emissão de BDRs de companhias brasileiras que optam por abrir capital no exterior.

“Vivemos um momento extremamente favorável para o mercado de capitais brasileiro, com uma demanda doméstica cada vez maior e um número recorde de ofertas públicas em 2019”, diz Paiva.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Super ON

O analista da Suno aponta ainda que a possibilidade de emitir ações “superordinárias” também atrai empresas para o exterior. Esse tipo de ação dá ao investidor direito a mais votos do que o normal.

Em um exemplo hipotético, um acionista de uma “Super ON” de uma determinada empresa pode ter direito a cem votos, enquanto um outro investidor de uma ON normal da mesma companhia teria direito somente a um voto.

Essa é uma forma das companhias conseguirem aumentar a sua captação de recursos, sem perder o controle da empresa.

Sobre isso, Felipe Paiva, da B3, diz que a bolsa tem estudado a viabilidade da “Super ON” no Brasil, assim como a facilitação do às BDRs para investidores com menos de R$ 1 milhão. “Esse assunto está sendo endereçado junto a reguladores por meio de um grupo de trabalho chamado IMK”, diz Paiva, se referindo à sigla Iniciativa de Mercado de Capitais.

Crescimento dos Follow Ons no Brasil

O número de empresas que fecharam capital na bolsa nos últimos anos foi grande, porém os follow-ons ganharam tração em 2019.

Segundo dados da B3, até setembro de 2019, havia 328 empresas listadas na bolsa, o que significa uma queda de 3,8% em relação a dezembro do ano passado (341).

Contudo, o volume de follow-ons tem sido expressivo este ano. Enquanto em 2018, essas operações chegaram a R$ 4,43 bilhões, em 2019, esse volume está próximo de R$ 70 bilhões, considerando os que já foram feitos e os anunciados.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Segundo Felipe Paiva, a tendência para o próximo ano é de crescimento dos follow ons e IPOs. “A combinação de juros baixos e redução da participação do financiamento via bancos públicos tem se mostrado uma combinação poderosa no processo de busca de recursos no mercado de capitais por parte das companhias brasileiras”, afirma Paiva.

“Não podemos fazer projeções, mas sabemos que há outras companhias na fila para o IPO e, em uma conjuntura econômica favorável, estamos confiantes em novas ofertas no curto e médio prazo”, conclui.

Custos dos IPOs no Brasil e nos EUA

No início de 2019, a PwC divulgou alguns dados sobre os custos de abertura de capital no Brasil, em comparação com o que acontece nos EUA. O estudo mostrou que, enquanto no mercado brasileiro, os custos variam, em média, entre 2,5% e 5,6% do valor total da oferta, nos EUA, esses gastos variam entre 4% e 11,7%.

As despesas envolvidas neste processo são, geralmente, honorários dos bancos subscritores e dos escritórios de advocacia e contabilidade; custos de impressão taxas de registros; custos com auditoria, laudos de avaliação, impostos e com reestruturação da empresa para se adequar às normas de uma companhia aberta; gastos para elaborar novos contratos sociais, regulamentos do comitê de auditoria, estatutos sociais e outros acordos.

Segundo a PwC, a média dos custos por cada faixa do valor de captação é a seguinte:

US$ 100 milhões a US$ 250 milhões

Brasil (US$ 7,9 milhões); EUA (US$ 10,3 milhões)

US$ 250 milhões a US$ 500 milhões

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Brasil (US$ 12,5 milhões); EUA (US$ 20,3 milhões)

US$ 500 milhões a US$ 1 bilhões

Brasil (US$ 20,8 milhões); EUA (US$ 35,6 milhões)

Acima de US$ 1 bilhão

Brasil (US$ 70,2 milhões); EUA (US$ 61,4 milhões)

Por que as empresas decidem abrir capital?

Na mesma pesquisa, foram listados os principais motivos pelos quais as empresas decidem abrir capital em bolsa:

-Necessidade de captação de recursos

-Necessidade de sucessão

-Visibilidade da companhia para o mercado e os clientes

-Redução do custo de capital

-Facilitação em processos de M&A

Porém, os principais impactos efetivos, em ordem de importância foram:

-Ampliou a visibilidade no mercado

-Reduziu os custos de captação

-Facilitou operações de M&A

-Permitiu processos sucessórios na companhia

Últimos comentários

A moeda americana é mais valiosa do que a moeda Brasileira.
Resumindo , SEMPRE tenha moeda forte na Carteira.
E ainda tem sensura para aprovar comentários.
São pequenos investidores da XP como eu que se decepcionam com essas decisões. Talvez os pequenos q acreditaram em vcs hojem sejam vistos como estorvo.Parabéns XP pelo apoio ao Brasil.Como eu acredito que muitos dos demais pequenos investidores irão repensar onde deixam os recursos ganhos de forma suada aplicados.Bora buscar algo q nos valorize e nos de melhores e mais baratas opções de aplicações l.Abraços a todos !!!
Se essa tendência começar realmente a pegar força nos próximos anos, como fica a posição de um investidor que tem ações de uma empresa aqui e essa empresa abre um IPO no exterior ? ex. tenho ações da Kroton e ela abre um IPO nos Estados Unidos ? esse meu investimento aqui estará "atrelado" a valorização lá ?
Estou na mesma, jbs querendo abrir lá
Resumindo: baleia precisa de liquidez.
Quero investir com poucos recursos em investimentos rentaveis a medio e longo prazo!
ETF de SMAL11, tá com rendimento ao ano de 40%. É um fundo de ações.
A resposta é simples. Nos EUA existe uma cultura de investir na bolsa. Os americanos gostam muito de especular e arriscar. O fator câmbio ajuda em muito no preço das ações. Para finalizar com as ações lá a capacidade de atrair mais investidores torna o fator chave para IPO lá e não no Brasil.
Se fosse investir no EUA seria pra comprar empresas com recite em dolar. Dificilmente investiria pra ganhar receita em Real nos EUA
O público FOCO não é para brasileiro.
No começo de 2020 IPO da Ubook no Canadá. Excelente promessa para ficar atento.
porque são burros. abrem capital num mercado com ciclo final de crescimento em ambiente super concorrido e normalmente se fodem onde juros dificilmente cairão muito mais. capilaridade você só tem quando já tem uma boa base de mercado num país com alto potencial de crescimento como um mercado financeiro emergente como o Brasil. quero ver apontar uma boa razão para comprar uma empresa brasileira no exterior num momento como esse. não invisto um só centavo.
O público FOCO não é para brasileiro.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.