Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O mês de setembro deve ser marcado por forte volatilidade para as ações brasileiras, dado o cenário eleitoral no país ainda sem visibilidade quanto a seu desfecho, bem como a continuidade de turbulências nos mercados emergentes, conforme carteiras recomendadas compiladas pela Reuters.
"Setembro será um mês de foco total nas eleições", afirmou a equipe da XP Investimentos, capitaneada por Karel Luketic.
Pesquisas eleitorais e os reflexos dos programas eleitorais em rádio e televisão, além dos efeitos das mídias sociais e debates entre candidatos, previstos para os próximos dias devem dominar os holofotes diante do primeiro turno da eleição marcado para 7 de outubro.
Em relatório a clientes, os analistas e estrategistas do grupo XP reiteraram que o seu cenário-base para o Ibovespa é de 90 mil pontos até o final do ano, mas optaram por nomes considerados defensivos para o mês a fim de aumentar a proteção no caso de um potencial cenário adverso.
"No cenário adverso, no qual um candidato menos comprometido com reformas é eleito, a bolsa pode rapidamente cair 10-15 por cento para 65.000-70.000", afirmaram, destacando que reformas estruturais, principalmente a da Previdência, são essenciais para evitar a piora do ambiente econômico.
A equipe do BTG Pactual (SA:BPAC11) afirma que está confiante em um resultado eleitoral positivo, apesar da volatilidade esperada até as eleições em outubro. "...a relação risco-retorno de 'estar investido' parece atrativa", afirmaram os estrategistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, em relatório.
Ainda assim, a estratégia do BTG conhecida como 10SIM para o mês mantém algumas companhias consideradas defensivas combinadas com empresas vistas pelos analistas do banco como de elevada qualidade. "Sem ser muito agressivo, vemos o nosso '10SIM' bem posicionado para surfar uma melhora no mercado."
Para a equipe da BB Investimentos, a volatilidade deve reduzir somente após a definição eleitoral, mas avalia que até o momento os investidores estrangeiros não estão percebendo risco adicional para a bolsa em função do cenário eleitoral.
Eles citam entre os argumentos a correlação entre o Ibovespa e o índice MSCI de mercados emergentes em agosto e o saldo positivo de estrangeiros no segmento Bovespa no mês passado de 3,5 bilhões de reais até o dia 29.
Do exterior, além das permanentes tensões relacionadas a disputas comerciais envolvendo Estados Unidos, o foco também estará no amplamente esperado novo aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, assim como sinalização de mais uma alta em dezembro, conforme destacou a equipe da Lerosa Investimentos.
A XP Investimentos também ressaltou que a intensificação das crises turca e argentina que levou a uma forte depreciação de suas moedas também gera preocupação de contágio e volatilidade.
Veja abaixo cinco carteiras de ações para setembro compiladas pela Reuters:
BB Investimentos
BRMalls
B2W (SA:BTOW3)
Itaú Unibanco PN
Lojas Renner (SA:LREN3)
MRV (SA:MRVE3)
Grupo Pão de Açúcar PN
Suzano (SA:SUZB3)
Taesa (SA:TAEE11)
Tupy (SA:TUPY3)
Vale (SA:VALE3)
BTG Pactual
Itaú Unibanco PN
Localiza (SA:RENT3)
MRV
IRB (SA:IRBR3)
TIM
B3
Taesa
Rumo (SA:RAIL3)
Oi (SA:OIBR4)
Gerdau (SA:GGBR4) PN
Terra Investimentos
Petrobras PN (SA:PETR4)
Sabesp (SA:SBSP3)
Cemig (SA:CMIG4) PN
Valid (SA:VLID3)
Natura (SA:NATU3)
Banco do Brasil (SA:BBAS3)
Cosan (SA:CSAN3)
XP Investimentos
Banco do Brasil
Engie
B2W
Petrobras PN
Klabin (SA:KLBN11) Unit
Equatorial (SA:EQTL3)
Gerdau PN
Localiza
B3
Vale
Lerosa Investimentos
Ambev (SA:ABEV3)
BB Seguridade (SA:BBSE3)
CVC Brasil (SA:CVCB3)
Hypera (SA:HYPE3)
IRB
Lojas Renner
Grupo Pão de Açúcar PN
Localiza
Vale
WEG (SA:WEGE3)