SÃO PAULO (Reuters) - As receitas da administradora de shopping centers BR Malls (SA:BRML3) podem voltar a crescer a partir de 2018, após dois anos de desempenho negativo, acompanhando a melhora de indicadores econômicos, especialmente os juros básicos e a inflação mais baixos, disse nesta quarta-feira o presidente da empresa, Ruy Kameyama.
“Tende a ser um ano de recuperação de vendas e resultados, com retomada de crescimento da top line (receita) e melhora de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em relação a esse ano”, afirmou o executivo em encontro com analistas e investidores, em São Paulo.
Kameyama também vê tendência de alta nos investimentos agora que a companhia está menos alavancada. As obras de revitalização em cinco shoppings do portfólio – incluindo o Villa Lobos, em São Paulo, e o NorteShopping, no Rio de Janeiro – e a inauguração do Shopping Estação Cuiabá, prevista para o quarto trimestre do ano que vem, devem contribuir para o aumento dos gastos da empresa.
Sobre a reciclagem do portfólio, ele afirmou que o processo pode levar até cinco anos para ser concluído. Segundo o presidente, a BR Malls abriu “frentes múltiplas” de negociação para venda de ativos não estratégicos e aquisições.
A diretora de desenvolvimento da companhia, Mariane Wiederkehr, revelou que 101 dos cerca de 500 shopping centers do país têm potencial para ser explorado pela BR Malls, que já tem 43 empreendimentos em seu portfólio. Wiederkehr acrescentou que o grupo também avalia elevar em cerca de 10 por cento a participação média que detém nos shoppings sob sua administração, que atualmente está em 60 por cento.
Sobre novos projetos, os chamados greenfields, ela observou que a companhia poderá desenvolvê-los desde que haja demanda de lojistas e consumidores. Kameyama ponderou, contudo, que a prioridade é otimizar os empreendimentos que já opera.
“Antes de criar Área Bruta Locável nova, tenho que ocupar a existente. Se tiver demanda, avaliaremos expansão primeiro e só depois um greenfield”, explicou o presidente da companhia.
Na avaliação dele, o cenário atual está mais desafiador para novos projetos do que anos atrás, tanto para BR Malls como para as concorrentes. “Vemos um ambiente menos competitivo, com menos inaugurações nos próximos anos”, afirmou Kameyama.
(Por Gabriela Mello)