Por Marcelo Teixeira
(Reuters) - A Cooxupé, principal exportadora de café do Brasil e maior cooperativa de cafeicultores do mundo, divulgou nesta quarta-feira uma grande queda de remessas em 2023 por causa dos preços baixos e de gargalos logísticos.
A Cooxupé disse em seu relatório anual que enviou 4,5 milhões de sacos de 60 kgs de café-arábica em 2023, versus 6,8 milhões de sacos em 2022. As receitas caíram de 10,1 bilhões de reais em 2022 para 6,4 bilhões no ano passado.
A exportadora afirmou que agricultores associados decidiram segurar o café e não vendê-lo durante vários meses do ano passado, quando os preços do café arábica caíram para cerca de 700 reais o saco.
Alguns clientes estrangeiros também pediram que a cooperativa adiasse as remessas devido aos altos custos de fretes e à escassa disponibilidade de contêineres, disse o presidente da cooperativa, Carlos Augusto Rodrigues de Melo a repórteres, em uma reunião de resultados.
A situação mudou neste ano porque os preços do café arábica se recuperaram e subiram para aproximadamente 1.000 reais, levando os agricultores a serem muito mais ativos nas vendas.
A cooperativa estima que os agricultores venderam cerca de 1 milhão de sacos nos últimos 60 dias, já que também estão tentando financiar os custos do trabalho de campo, com a época de colheita se aproximando.
(Reportagem de Marcelo Teixeira em Nova York)