🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

Privatizações: analistas recebem com ceticismo plano para 2021

Publicado 23.12.2020, 17:28
© Reuters
MELI
-
ELET3
-
MGLU3
-
MELI34
-

Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - O plano de privatizações apresentado pelo governo federal no início deste mês, que prevê para 2021 a privatização de empresas como Correios e Eletrobras (SA:ELET3), foi recebido com ceticismo pelo mercado, que se preocupa com dificuldades no Congresso e no Judiciário em relação à aprovação dos projetos.

LEIA MAIS: Guedes cita Eletrobras e Correios como “privatizações óbvias”

A questão é complicada, segundo Glauco Legat, analista chefe da Necton Investimentos, “porque depende muito mais de política do que de condições de mercado”.

Ainda que algum avanço venha sendo feito nesse campo, sobretudo pelas articulações de Jair Bolsonaro com os chamados partidos do centrão, o cenário segue desfavorável às privatizações em 2021, na análise de Legat, e também é visto com muito ceticismo por Tereza Fernandez, consultora da MB Associados.

VEJA MAIS: Articulação para as presidências do Congresso escancaram retomada do Centrão

Fernandez aponta ainda que “o próprio Bolsonaro, que não é um liberal como é o Paulo Guedes, não deve fazer grande força ou ter grandes empenhos para avançar nesse tipo de coisa“.

Outro ponto apresentado pelos especialistas diz respeito aos funcionários, que tendem a ir contra esses projetos e fazer pressão, o que, sobretudo em um ano pré-eleitoral como 2021, será mais um fator de dificuldade.

LEIA MAIS: Governo prevê privatizar oito empresas em 2021, como Correios e Eletrobras

O plano prevê ainda, para o ano que vem, a venda das empresas Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Trensurb, Emgea, Ceasaminas, Codesa, Nuclep e Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores de Garantias (ABGF). O pacote reúne ainda projetos e PPPs e Programas de Parcerias Investimento (PPIs)

“O que eu acho que pode sair [em 2021] são alguns PPIs e alguns PPPs na área de estrada, alguma coisa na área de ferrovia e porto, e algo de saneamento”, diz Fernandez.

SAIBA MAIS: Infraestrutura confirma previsão de contratar R$ 137,5 bi em investimento em 2021

Eletrobras

Segundo Legat, a ordem de prioridade que deverá ser seguida para as privatizações começa com Eletrobras, seguida por Correios e Telebras.

O plano de privatização da Eletrobras, que a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia espera que levante R$ 60 bilhões, não é novo: está parado no Congresso desde 2018 e, conforme aponta Tereza Fernandez, sequer uma comissão foi criada.

LEIA MAIS: Eletrobras, Correios e mais 2 deverão estar vendidos até fim de 2021, diz Guedes

Ainda assim, a consultora acredita que, entre as grandes empresas, a Eletrobras está mais avançada nesse quesito, pois “ela já tem um plano de capitalização, já sabe mais ou menos como vai se orientar para dar início ao projeto do ponto de vista prático, desde que seja aprovado”, diz Fernandez. “Ela já começou a fazer a lição de casa. A se reorganizar, enxugar o quadro, ficar mais rentável e ser mais operacional.”

Correios

A privatização dos Correios é tida como uma das mais importantes, visto que a empresa, em um setor crucial, é inoperante. Além disso, “tem que ocorrer logo porque pode perder valor. Empresas como Magazine Luiza (SA:MGLU3) e Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34) já não dependem mais dos Correios, por exemplo”, adiciona Glauco Legat.

LEIA MAIS: Projeto de privatização dos Correios prevê União como garantidora de entregas postais

Esse projeto, no entanto, é visto com ainda mais ceticismo para o próximo ano, porque, diferentemente na Eletrobras, “nada foi feio. Não foi feito um PL, nada foi mandado ao Congresso, e eu acho que não tem nem um estudo de fato sobre como será feita essa privatização”, diz Fernandez.

Potencial das privatizações

O valor total do pacote está muito longe do previsto por Guedes em 2019, que era R$ 1 trilhão. Assim, o principal benefício das privatizações talvez já não seja fiscal. “Paulo Guedes falava em 1 trilhão, mas estamos muito longe disso. Se falarmos de R$ 100 bilhões ou R$ 150 bilhões, já seria um valor razoável que, se usado para reduzir a dívida instantaneamente, minimizaria o problema fiscal. Mas eu acho que vai além disso.”

Nesse sentido, um dos maiores benefícios das privatizações, tanto do ponto de vista de Legat quanto no de Fernandez, seria a melhora nas operações e nos investimentos das empresas em questão. “Na hora em que você privatiza, não é só sobre o que você deixa de gastar ou o prejuízo que você deixa de ter, mas sobre os investimentos que você começa a fazer enquanto empresa privada, os avanços tecnológicos”, explica Tereza Fernandez.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.