SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de aço bruto em agosto somou 2,719 milhões de toneladas, queda de 5,9% sobre o resultado de um ano antes, informou nesta quinta-feira o Aço Brasil, citando recorde de importações de produtos siderúrgicos chineses.
A queda maior se deu em laminados longos (15%), enquanto os planos recuaram 10%. O recuo foi contido pela produção de semiacabados para venda, que disparou 44% no período, para 832 mil toneladas.
No acumulado do ano até o final do mês passado, a produção mostra baixa de 8,3%, a 21,34 milhões de toneladas, segundo o Aço Brasil.
As vendas no mercado interno em agosto, enquanto isso, somaram 1,71 milhão de toneladas, recuo de 6,2% na comparação anual, também puxadas para baixo por laminados planos e longos, que apontaram recuos de 7,7% e 5,5%.
De janeiro ao fim do mês passado, as vendas de aço no Brasil têm queda de 5,4%, a 13,78 milhões de toneladas.
O Aço Brasil, que tem tentado convencer o governo a impor restrições à entrada de produtos siderúrgicos importados no país, afirmou que as importações de agosto atingiram o maior patamar desde julho de 2021, a 495,7 mil toneladas, avanço de 55,6% sobre o mesmo período de 2022.
Desse volume, 61% das importações vieram da China, 302,5 mil toneladas, segundo a entidade. O Aço Brasil afirmou que o volume representa um recorde histórico.
Já o aço trazido da Rússia teve importante avanço em agosto, saindo de volume inexpressivo em agosto de 2022, para 63,6 mil toneladas no mesmo período deste ano, segundo maior volume entre as origens de importações brasileiras de aço, de acordo com os dados da entidade.
As importações brasileiras de aço russo cresceram quase cinco vezes este ano sobre 2022, passando de cerca de 52 mil toneladas para 250,15 mil toneladas entre janeiro e agosto.
Enquanto isso, as compras de aço produzido na Turquia, um importante produtor mundial, desabaram 97,5%, para pouco mais de 1 mil toneladas em agosto, em meio aos efeitos de terremotos devastadores no país.
As importações do material da União Europeia pelo Brasil também caíram, 43,5%.
No ano, as compras do material importado pelo país somam 3,18 milhões de toneladas, crescimento de 49,5%.
(Por Alberto Alerigi Jr.)