A Rede D’Or (RDOR3 (SA:RDOR3)) anunciou a primeira aquisição do ano. A empresa de saúde sediada no Rio de Janeiro comprou o Hospital Santa Marina por R$ 25 milhões. Localizado em Campo Grande (MS), a unidade conta com 30 leitos. Segundo comunicado da Rede D’Or, enviado na noite de ontem (5) à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o negócio faz parte de sua estratégia de expansão. Em 2021, a companhia adquiriu no mesmo município o Hospital Proncor.
A transação engrossa a lista de companhias de saúde do Sudeste comprando ativos em outras regiões. No ano passado, a capixaba Kora Saúde (KRSA3) também fez aquisições na região Centro-Oeste, assumindo o ING (Instituto de Neurologia de Goiânia), o primeiro hospital de neurologia do Brasil, e também participações societárias indiretas no CGOT (Centro Goiano de Ortopedia e Traumatalogia) e na Angiocardis Diagnósticos e Terapêutica, por R$ 116,9 milhões.
O apetite da Rede D’Or também se volta para o Nordeste. Em novembro passado, a Rede D’Or havia concluído a compra do Hospital Arthur Ramos, de Maceió (AL), pelo valor de R$ 371,8 milhões. A unidade tem capacidade para 176 leitos, podendo ser expandido para 240.
Além da Rede D’Or, a operadora cearense de planos de saúde Hapvida (SA:HAPV3) também apostou no Centro-Oeste, adquirindo, no ano passado, a Viventi Hospital Asa Sul, na área nobre de Brasília, por R$ 22 milhões, ampliando sua presença na região.
Consolidação
No balanço de operações de M&A (fusões e aquisições) do setor de saúde em 2021, a principal transação anunciada envolveu a Hapvida, que deve concluiu, no mês que vem, a fusão com o Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI3 (SA:GNDI3)) após aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), sem restrições, seguindo parecer de sua área técnica divulgado no mês passado. Há expectativas de captura de sinergias com a operação no valor de R$ 15 bilhões ou 20% de aumento em relação ao atual valor das duas companhias, segundo estimativa do Bank of America (NYSE:BAC).
A movimentação do setor de saúde no segundo ano da pandemia da Covid-19 despertou maior interesse das instituições financeiras em relação a essas companhias. A XP (SA:XPBR31), por exemplo, iniciou recentemente a cobertura da Oncoclínicas (ONCO3), que fez IPO (oferta inicial de ações) no ano passado. A corretora deu uma recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 18,7 por ação para o final de 2022, destacando que a empresa atua em um mercado em crescimento, uma vez que os casos de câncer no Brasil devem aumentar a uma taxa anual de 3,2% pelos próximos 20 anos.
A XP também começou a cobrir a Kora Saúde com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11,7 por ação para o final de 2022, avaliando que a companhia tem uma “sólida história de crescimento no segmento hospitalar”, sustentada por uma estratégia única em relação a outras empresas listadas, com foco em uma parcela pouco explorada do mercado, além da “capacidade de adquirir outras empresas e histórico que colocam a Kora como uma das consolidadoras claras do segmento”.