Os rendimentos dos títulos da União Europeia tiveram alta nesta quinta-feira, com o mercado reagindo à decisão do MSCI, um compilador global de índices, de não incluir a dívida da UE em seus índices de títulos públicos. Esse movimento foi uma surpresa para os investidores que esperavam a inclusão da UE, que as autoridades do bloco consideram um passo crítico para ser reconhecida como uma entidade semelhante ao Estado na comunidade de investimentos.
A MSCI, que fez o anúncio na quarta-feira, afirmou que reconsiderará sua decisão no próximo ano. Antes do anúncio, os títulos da UE vinham tendo um bom desempenho, superando os títulos individuais dos Estados-membros nas últimas semanas. No entanto, a exclusão inesperada levou a uma liquidação, fazendo com que o rendimento do título de 10 anos da UE subisse até 7 pontos-base, atingindo 3,13%, e o rendimento do título de 30 anos também subisse até 7 pontos-base, para 3,51%, de acordo com os preços da Tradeweb. Os rendimentos mais tarde se estabilizaram um pouco, mas permaneceram aproximadamente 5 pontos-base mais altos no dia.
Gareth Hill, gestor de carteiras da Royal London Asset Management, observou a decisão como surpreendente, mas também sugeriu que os títulos da UE poderiam se tornar mais atraentes devido à queda de preço resultante, dados os fortes ratings Triple A da UE.
Apesar deste revés, os rendimentos dos títulos de longo prazo da UE ainda são mais baixos do que os da França, que aumentaram esta semana após a decisão do presidente Emmanuel Macron de convocar eleições antecipadas.
A UE se tornou um importante tomador de empréstimos no mercado global de títulos, com planos de levantar até € 712 bilhões (US$ 772 bilhões) até 2026 para apoiar um fundo de recuperação COVID. A importância da inclusão dos índices foi destacada num inquérito aos investidores da UE no ano passado, indicando-a como um fator crucial para alinhar a dívida da UE com a dos governos soberanos e aumentar a procura.
As implicações da decisão da MSCI para outros provedores de índice permanecem incertas. A Intercontinental Exchange (NYSE:ICE), controladora da Bolsa de Nova York, também está avaliando como classificar a dívida da UE, com resultados esperados em agosto. A resposta dos índices Bloomberg e iBoxx, que são mais seguidos de acordo com analistas do Citi, será particularmente influente.
Kaspar Hense, gestor de carteiras da BlueBay Asset Management, enfatizou que a continuidade dos esforços de integração fiscal é mais crucial para as perspectivas de dívida da UE do que a inclusão de índices. A natureza temporária do programa de empréstimos pandêmicos da UE tem sido citada como um desafio para a inclusão do índice. Além disso, o potencial envolvimento do Comício Nacional de Marine Le Pen no governo francês poderia complicar as discussões do Conselho da UE, especialmente em relação aos gastos com defesa, e poderia afetar a probabilidade de empréstimos conjuntos contínuos para tais iniciativas.
Vários países da UE defenderam o aumento do endividamento conjunto para financiar a defesa, e o executivo comunitário sugeriu a possibilidade de criar um novo fundo. No entanto, a oposição de facções de extrema-direita a uma maior integração fiscal pode dificultar essas ambições. Hense observou que a probabilidade de a UE ser percebida como uma entidade governamental diminuiu após esses desenvolvimentos.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.