Por Akash Sriram e Jane Lanhee Lee
BENGALURU, Índia (Reuters) - A Microsoft (NASDAQ:MSFT) divulgou nesta terça-feira resultados trimestrais abaixo das estimativas do mercado, refletindo desaceleração das vendas de PCs, valorização do dólar e menores gastos de anunciantes com publicidade.
As ações da empresa, que acumulam queda de 25% neste ano, ficaram estáveis no after-market.
A Microsoft teve o melhor trimestre no negócio de computação em nuvem, chamado de Azure pela empresa, disse Brett Iversen, gerente geral de relações com investidores da Microsoft.
O crescimento do Azure foi de 40%, abaixo da previsão de 43% dos analistas compilada pela Visible Alpha. Na divisão de computação em nuvem mais ampla, Intelligent Cloud, a receita aumentou 20%, a 20,9 bilhões de dólares, acima da previsão média de 19,1 bilhões, segundo a Refinitiv.
A Microsoft enfrenta a pressão de um dólar mais forte, uma vez que obtém cerca de metade de sua receita com operações fora dos EUA. O índice do dólar americano subiu mais de 2% no trimestre até junho e quase 12% neste ano, ante queda de 1% no ano anterior para o mesmo período.
O câmbio impactou a receita em quase 600 milhões de dólares e a desaceleração no mercado de PCs atingiu o faturamento em mais de 300 milhões. Já a desaceleração em publicidade atingiu a receita da rede social LinkedIn em mais de 100 milhões de dólares.
"Com a Microsoft tendo esse tamanho, é difícil não refletir a economia geral", John Freeman, vice-presidente de pesquisa de ações da CFRA Research.
A demanda mais branda do consumidor também atingiu a receita com videogames, que caiu 7% ano a ano devido a uma queda nas vendas de consoles Xbox, conteúdo e serviços, disse a empresa.
A Microsoft teve receita de 51,87 bilhões de dólares notrimestre, ante 46,15 bilhões um ano antes. Analistas em média, esperavam receita de 52,44 bilhões de dólares, de acordo com dados da Refinitiv.
O lucro líquido da Microsoft subiu para 16,74 bilhões de dólares, ou 2,23 dólares por ação, no trimestre encerrado em 30 de junho, de 16,46 bilhões, ou 2,17 dólares por ação, um ano antes.