Investing.com – Com a continuidade da temporada de divulgação de indicadores financeiros em estágio mais avançado no mercado americano – cerca de metade já reportado – o banco suíço Julius Bär avaliou, em nota divulgada aos clientes e ao mercado nesta terça-feira, 02, que os resultados surpreenderam de forma positiva em 79% das vezes. O percentual médio dos últimos cinco anos de dados acima do consenso é de 74%. No entanto, ainda que os ganhos tenham apresentado superação, a reação do mercado foi discreta, na avaliação do banco.
Mathieu Racheter, chefe de pesquisa de estratégia de ações do Julius Bär, pondera que as expectativas consensuais neste trimestre foram baixas, o que facilitou a superação, ainda que com repercussão silenciosa. “As empresas que superaram as expectativas de lucro viram o preço de suas ações subir apenas 0,1, o que se compara a uma média de 5 anos de 1,0%. Houve, no entanto, também algumas exceções notáveis”, compara.
De forma geral, os papéis das big techs tiveram forte alta, com destaque para o potencial de custo-benefício. “Para o ano de 2023, as estimativas de lucro por ação começaram a se estabilizar em torno de US$ 219, após uma tendência de queda de 13% desde o pico em junho de 2022, atualmente implicando crescimento de lucro zero para este ano. Se os EUA conseguissem evitar uma recessão, o número poderia se mostrar muito pessimista”, completa o especialista.
Diante da projeção de desaceleração da economia americana, o Julius Bär afirma preferir papéis em setores que considera defensivos, principalmente saúde, serviços públicos europeus e ações de alto fluxo de caixa livre.
Além disso, banco enxerga como promissores empresas em crescimento de qualidade com valuations atrativos – mas aquelas com sólido balanço patrimonial, altas margens e fluxos de caixa. “Essas empresas devem se sair bem em um ambiente de pico de inflação e rendimentos de títulos mais baixos. Embora as ações de crescimento de qualidade possam ser encontrados em vários setores, elas são representados proporcionalmente no setor de tecnologia da informação e comunicações”, destaca Racheter.