Investing.com - A semana nos mercados foi novamente pautada pelo otimismo com os acontecimentos políticos, que dispararam novas movimentações especulativas na bolsa que se sobrepuseram à economia real.
Os investidores continuaram atentos ao desenrolar do cerco da Justiça sobre Lula, que, nesta semana, foi denunciado pelo MP/SP por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo o tríplex do Guarujá. Os promotores do caso ainda pediram a prisão do ex-presidente, em uma estratégia criticada por especialistas e políticos tanto do governo quanto da oposição.
A fragilização de Lula contribui para a percepção de que aumentam as chances de uma interrupção do mandato da presidente Dilma. Esse cenário é avaliado como favorável pelo mercado, pois contribuiria para uma mudança na política econômica e um possível fim da crise política. O ambiente político também se mostra mais adverso ao governo com perspectivas de grandes manifestações no próximo domingo e o afastamento do PMDB.
Esse ambiente fez com que o Ibovespa sustentasse a forte alta de 18% na última semana e permanecesse próximo aos 50 mil pontos.
Já o dólar segue sua trajetória de baixa pela terceira semana consecutiva e fechou nesta semana abaixo dos R$ 3,60 pela primeira vez desde agosto de 2015.
No front externo, o Banco Central Europeu surpreendeu ao cortar as taxas de juros e de depósito e ampliar o programa de compra de ativos para € 80 bilhões. O objetivo é elevar a inflação e estimular a economia da Zona do Euro.
Petrobras. A petroleira manteve o rali de alta iniciado há duas semanas e as ações preferenciais superaram os R$ 8. Neste mês, a ação da companhia (SA:PETR4) acumula ganhos de 60%, em um movimento especulativo com o desenrolar político.
Vale. Os investidores realizaram lucros nesta semana e encerraram um rali de sete dias que acumulou ganhos de 58% até a segunda-feira com o otimismo interno e a valorização do minério de ferro. Na semana, a ação preferencial (SA:VALE5) recuou 13%. A mineradora anunciou acordo com a Fortescue para misturar anualmente até 100 milhões de toneladas para ofertar um produto mais interessante para as siderúrgicas chinesas. Sua controlada, Samarco, anunciou planos de voltar a operar no quarto trimestre, com capacidade reduzida.
Usiminas. O valor da ação (SA:USIM5) da siderúrgica disparou com a informação de que a Nippon Steel estaria disposta a injetar R$ 1 bilhão na companhia, mesmo sem contrapartida dos sócios. A Techint apresentou outra solução para a capitalização da empresa prevendo desembolsar até R$ 500 milhões. O papel subiu 45% sobre ganhos de 52% na semana passada.
Braskem. A Odebrecht poderá vender sua participação majoritária na petroquímica Braskem (SA:BRKM5) em uma transação conjunta com sua sócia, Petrobras, segundo a Reuters.
Oi. A telefônica anunciou ter contratado a PJT Partners como assessor econômico para buscar alternativas para aumentar liquidez e melhorar o perfil da dívida. O acerto ocorre semanas após ter sido enterrada a estratégia de fusão com a Tim. A ação (SA:OIBR4) perdeu 6% na semana.
Caixa. O banco apurou lucro de R$ 7,2 bilhões em 2015 e ampliou a facilidade para aquisição do segundo imóvel e de imóveis usados.
Lojas Americanas. A varejista (SA:LAME4) registrou queda de 31% no lucro do quarto trimestre de 2015.
Equatorial. Lucro do 4T15 ficou em R$ 143 milhões, queda de 73%.
Estácio. Empresa, que apurou lucro de R$ 65,1 milhões, 19% menor, espera manter a captação de alunos neste ano.
Commodities
Petróleo. A commodity emplacou a quarta semana consecutiva de alta com dados mais otimistas em relação à redução da sobreoferta no mercado, com o corte de sondas nos EUA e a avaliação da Agência Internacional de Energia de que a mínima do preço já pode ter passado. Pela primeira vez no ano, o Brent superou os US$ 40.
Minério. O preço do minério disparou 19,5% na China na segunda-feira, o que puxou as ações de mineradoras pelo mundo, incluindo a Vale. Ao longo da semana, dados ruins da economia do país asiático fizeram a cotação cair.
Energia. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) avalia que o consumo de energia elétrica pode voltar a subir em 2017, após dois anos seguidos de queda. A carga no sistema subiu 2% em fevereiro. O Operador Nacional do Sistema (ONS) acredita em mais chuva nas áreas das hidrelétricas, contribuindo para a recuperação dos reservatórios.
Café. O consumo mundial pode se elevar para 152 milhões de sacas.
Economia
Títulos. O Brasil captou no mercado internacional pela primeira vez em mais de um ano e vendeu US$ 1,5 bilhão em títulos de 10 anos.
Leilão. O governo pretende fazer este ano o IPO da unidade da Infraero que manterá Congonhas e Santos Dumont.
Pré-sal. Leilão de áreas unitizáveis no pré-sal deverá ocorrer em 2017.
Indicadores
Varejo. As vendas caíram 1,5% em janeiro.
Serviço. O volume despencou 5% no primeiro mês do ano, pior resultado histórico.
Inflação. O IPCA reduziu para 0,9% em fevereiro com alívio de alimentos e transporte. IGP-M desacelerou para 0,43% na primeira prévia de março. IGP-DI reduziu para 0,79% no mês passado.
Fluxo cambial. Resultado de fevereiro foi o pior desde dezembro de 2014 com saída de US$ 9,294 bilhões.
Papel ondulado. Vendas caíram 3,85% em fevereiro.
PIB. Zona do Euro avançou 0,3%. Hungria subiu 3,2%. Israel cresceu 3,9%. Japão encolheu 0,3%.