Por Diane Bartz
WASHINGTON (Reuters) - O DuckDuckGo, que há muito tempo reclama que as táticas do Google (NASDAQ:GOOGL) tornaram muito difícil fazer com que as pessoas usem seu mecanismo de busca em um telefone celular, será um dos muitos rivais do gigante das buscas online de olho em um julgamento antitruste único em uma geração, previsto para começar na terça-feira.
Os Estados Unidos argumentarão que o Google não cumpriu as regras em seus esforços para dominar as buscas online em um julgamento visto como uma batalha pelo cerne da internet.
A expectativa é que o Departamento de Justiça dos EUA detalhe como o Google pagou bilhões de dólares anualmente a fabricantes de dispositivos como Apple (NASDAQ:AAPL), operadoras de telefonia móvel como a AT&T (NYSE:T) e desenvolvedores de navegadores como Mozilla para manterem o mecanismo de busca do Google no topo de suas recomendações aos usuários.
A DuckDuckGo também reclama, por exemplo, que remover o Google como mecanismo de busca padrão em um dispositivo e substituí-lo pelo DuckDuckGo exige muitas etapas, o que ajudou a empresa a ter uma participação de mercado de apenas 2,3%.
DuckDuckGo, Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Yahoo estão em uma longa lista de concorrentes do Google que estarão observando o julgamento de perto.
"O Google dificulta indevidamente o uso do DuckDuckGo por padrão. Estamos contentes que essa questão finalmente terá seu dia no tribunal", disse o porta-voz da DuckDuckGo, Kamyl Bazbaz, que afirmou que o Google teve um "domínio sobre os principais pontos de distribuição por mais de uma década".
O Google nega qualquer irregularidade e afirmou que está preparado para se defender vigorosamente.
Os rivais do Google agora depositam suas esperanças no juiz Amit Mehta, que foi nomeado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama para o tribunal distrital do Distrito de Colúmbia.
O juiz Mehta decidirá se o Google infringiu a lei antitruste nesse primeiro julgamento e, em caso afirmativo, o que deve ser feito. O governo pediu ao juiz que ordenasse ao Google que interrompesse qualquer atividade ilegal, mas também solicitou "alívio estrutural conforme necessário", levantando a possibilidade de que o gigante da tecnologia pudesse ser desmembrado.
Os argumentos mais fortes do governo norte-americano são aqueles contra os acordos de compartilhamento de receita do Google com os fabricantes de dispositivos Android, que exigem que o Google seja a única busca no smartphone em troca de uma porcentagem da receita de publicidade de busca, disse Daniel McCuaig, sócio da Cohen Milstein, que já trabalhou na Divisão Antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.