Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - As ações da Rivian (NASDAQ:RIVN) recuavam 0,21% antes da abertura dos mercados em Nova York nesta sexta-feira, após a fabricante de veículos elétricos (VEs) divulgar seus resultados do 2º tri.
A Rivian apurou um prejuízo ajustado de US$ 1,62 por ação no período, quase em linha com a expectativa de prejuízo de US$ 1,61 por ação. A receita foi de US$ 364 milhões, superando as estimativas consensuais de US$ 335,7 milhões.
A Rivian também reportou um Ebitda ajustado negativo em US$ 1,31 bilhão, maior do que a estimativa de prejuízo de US$ 1,23 bilhão. O fluxo de caixa livre ajustado ficou negativo em US$ 1,56 bilhão no fim do trimestre.
Para todo o ano fiscal, a Rivian espera ter um Ebitda ajustado negativo em US$ 5,45 bilhões, maior do que o prejuízo inicialmente esperado de US$ 4,75 bilhões, enquanto os analistas previam US$ 4,93 bilhões de prejuízo. A expectativa da fabricante de VEs para despesas de capital no exercício fiscal é de cerca de US$ 2 bilhões, uma queda em relação à previsão anterior de US$ 2,6 bilhões e às estimativas dos analistas de US$ 2,51 bilhões. A RIVN estima uma produção de 25.000 veículos no ano, abaixo da projeção consensual de 26.032.
“A cadeia de suprimentos continua sendo um fator limitante em nossa produção; no entanto, graças a parcerias estreitas com nossos fornecedores, estamos progredindo. Nossa expectativa é implementar o segundo turno na montagem de veículos até o fim do 3º tri”, declarou a companhia em um comunicado.
Além disso, a Rivian afirmou que vários dos modelos atuais não serão elegíveis aos novos incentivos tributários federais nos EUA. Mais especificamente, a série R1 de picapes e SUVs premium da Rivian não deve receber benefícios dos incentivos tributários da lei climática e energética recém-aprovada no país.
No entanto, a fabricante automotiva pode se qualificar a subsídios de até US$ 40.000 por veículo para grandes utilitários comerciais elétricos, como os que produz para a Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34). Da mesma forma, os modelos R2 mais acessíveis, que devem ser lançados em 2025, também devem receber créditos tributários, pois contarão com uma cadeia de fornecimento doméstica de baterias.
Um analista do Morgan Stanley (NYSE:MS) disse que os resultados mostraram que a demanda continua forte, ao mesmo tempo em que a oferta também melhora.
“Acreditamos que a Rivian deve conseguir cumprir a maior parte (senão todas) as metas definidas para o ano fiscal de 2023 antes de precisar de mais capital. Nosso modelo atualmente pressupõe um aumento de capital de US$ 3 bilhões no EF23, US$ 2 bilhões no EF24 e US$ 1 bilhão no EF25. Após a forte alta recente nas ações, vemos os resultados do 2T como, em parte, 'esperados' e, em parte, 'alívio’”, escreveu em nota aos clientes.
Um analista do Goldman Sachs (NYSE:GS) elevou o preço-alvo de US$ 36 para US$ 41 após “sólidos” resultados no 2º tri.
“Acreditamos que o balanço foi positivo, uma vez que a taxa de novas pré-encomendas aumentou (atingindo 98K de pedidos firmes no final do 2T) e a Rivian está progredindo no aumento da produção (embora com uma estimativa agora mais alta de Ebitda negativo, dado o aumento dos custos inflacionários e de cadeia de suprimentos)”, informou aos clientes.
Mesmo assim, o analista manteve sua classificação neutra para as ações da RIVN, na medida em que continua “vendo um risco de queda nas estimativas de Wall Street no médio prazo”.