Investing.com - Será apresentada nesta terça-feira no Congresso Nacional, pelo governo de Jair Bolsonaro, propostas para alterar a medida provisória de reforma do saneamento básico, o que aceleraria os planos para a privatização das estatais do setor, principalmente a Sabesp (SA:SBSP3). As informações são da edição de hoje do jornal Valor Econômico.
Dessa forma, as ações da estatal paulista registra alta de 4,80% a R$ 41,52, figurando entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira.
De acordo com a reportagem, a principal mudança na MP 868, editada pelo ex-presidente Michel Temer, é tornar mais equilibrada a concorrência entre as empresas privadas e companhias públicas (geralmente estaduais) de água e esgoto.
A proposta original trazia como exigência que toda as prefeituras devessem abrir chamadas publicas para contratar novos serviços. Isso poderia levar a uma situação problemática, uma vez que o setor privado se interessaria apenas pelos municípios mais rentáveis e deixaria as localidades deficitárias nas mãos das companhias públicas.
Nessa linha, o governo ouviu entidades do setor que defendiam um mecanismo no qual as estatais que não dependem dos tesouros estaduais pudessem seguir sendo contratadas diretamente, com direito de preferência e sem abertura de chamada pública. Seriam os casos da Sabesp, Sanepar (SA:SAPR11) (PR) e da Compesa (PE).
No entanto, depois de seguidas reuniões, o modelo foi descartado, e chegou-se a um caminho que tenta dar incentivos ao mercado trabalhando com a escala na prestação dos serviços.
O atual modelo dá a titularidade aos municípios do saneamento, mas o governo encontrou uma brecha e vai transferir aos Estados a responsabilidade por definir microrregiões. Assim, podem ser usados critérios como pertencimento à mesma bacia hidrográfica, vizinhança geográfica ou até mesmo uma mistura entre localidades superavitárias e deficitárias. A ideia é que em cada estado sejam criados blocos de munícipios.